5 fatos sobre o maior templo budista da Rússia; veja fotos

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ALEKSANDRA GÚZEVA
Quase dois milhões de budistas vivem em território russo. Na República de Tuvá, região que se juntou voluntariamente à Rússia no século 20, o budismo é professado por 60% da população. Os budistas de Tuvá foram perseguidos durante a época soviética, mas a comunidade renasceu na década de 1990 e construiu o maior mosteiro budista do país.

1. Erguido na República de Tuvá, onde o budismo é praticado desde o século 9

Na Rússia, cerca de 2 milhões de pessoas se autodenominam budistas; grande parte delas professa o budismo tibetano-mongol. A maioria dos budistas moram nas repúblicas da Buriátia, Calmúquia, Altai e Tuvá e na região da Transbaicália.

Até o início do século 20, o território da República de Tuvá fazia parte da Mongólia, motivo pelo qual o budismo foi historicamente difundido na região. No século 20, vários príncipes locais pediram protetorado russo e, assim, foi formada a República Popular Tuvana. Durante a Segunda Guerra Mundial, os tuvanos apoiaram ativamente a União Soviética, lutaram contra Hitler e forneceram cavalos, gado e alimentos. Em 1944, Tuvá tornou-se parte da República Soviética com status autônomo.

2. O primeiro mosteiro em Tuvá desde 1930

Na década de 1920, havia 19 mosteiros Khuree e cerca de 3 mil professores espirituais de darma, chamados de lamas. Apesar da independência formal, Tuvá estava sob o controle da URSS e, na década de 1930, ocorreram repressões em massa contra a religião. Todos os templos foram fechados, e os budistas, perseguidos.

Hoje, cerca de 60% da população de Tuvá professa o budismo e a república elege o seu líder espiritual, chamado de Kambi-Lama de Tuvá. A comunidade budista foi revivida na década de 1990. Em 1998, na capital, a cidade de Kizil, foi construído o templo branco “Tsetchenling”, que se tornou um local de atração para os fiéis. Em abril de 2023, um novo mosteiro, Thubten Chedrub Ling, foi consagrado solenemente.

3. Local consagrado pelo Dalai Lama

A construção do mosteiro começou em 2014, mas o local foi escolhido há 30 anos. Em 1992, o 14º Dalai Lama Tenzin Gyatso foi a Tuvá para celebrar o renascimento do budismo na região. Ele abençoou o local para a construção do mosteiro, mas as obras foram adiadas por diversos motivos.

Em 2022, uma delegação de Tuvá visitou o Dalai Lama na Índia que tomou o mosteiro sob sua proteção. Ele nomeou um protetor espiritual para o mosteiro, o Mahakala de Seis Braços, e deu de presente uma estátua de um metro de altura feita de cobre dourado por artesãos nepaleses. Essa peça está escondida de olhares indiscretos.

4. Cinzas de Buda guardadas no mosteiro

O nome do mosteiro Thubten Chedrub Ling é traduzido como “Morada de explicação e prática dos ensinamentos do Sidarta Gautama”.

Além da estátua de Mahakala, o Dalai Lama doou ao mosteiro várias relíquias budistas, suas vestes monásticas e textos sagrados. Um dos presentes foram cinzas do próprio Buda, que, durante a inauguração do mosteiro, foram colocadas cerimonialmente na estátua da divindade.

5. O maior complexo budista da Rússia

O novo templo tem uma área de 9,3 hectares, nos quais estão sendo construídos um alojamento para monges, um centro de formação em teologia e um centro de medicina tradicional.

O datsan de 12 andares tem nada menos que 56 metros. No primeiro andar há um espaço para exposições com os artefatos mais importantes da história de Tuvá e do budismo local. Na sala de orações há estátuas de divindades feitas pelo escultor Dachi Namdakov. A composição é coroada por uma estátua de Buda de 10 metros.

Os arquitetos do templo seguiram as tradições da arquitetura budista russa, bem como exemplos estrangeiros; assim, o mosteiro parece ao mesmo tempo com o palácio do Lama e com o Instituto Budista no Tibete.

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