Na Rússia, cerca de 2 milhões de pessoas se autodenominam budistas; grande parte delas professa o budismo tibetano-mongol. A maioria dos budistas moram nas repúblicas da Buriátia, Calmúquia, Altai e Tuvá e na região da Transbaicália.
Até o início do século 20, o território da República de Tuvá fazia parte da Mongólia, motivo pelo qual o budismo foi historicamente difundido na região. No século 20, vários príncipes locais pediram protetorado russo e, assim, foi formada a República Popular Tuvana. Durante a Segunda Guerra Mundial, os tuvanos apoiaram ativamente a União Soviética, lutaram contra Hitler e forneceram cavalos, gado e alimentos. Em 1944, Tuvá tornou-se parte da República Soviética com status autônomo.
Na década de 1920, havia 19 mosteiros Khuree e cerca de 3 mil professores espirituais de darma, chamados de lamas. Apesar da independência formal, Tuvá estava sob o controle da URSS e, na década de 1930, ocorreram repressões em massa contra a religião. Todos os templos foram fechados, e os budistas, perseguidos.
Hoje, cerca de 60% da população de Tuvá professa o budismo e a república elege o seu líder espiritual, chamado de Kambi-Lama de Tuvá. A comunidade budista foi revivida na década de 1990. Em 1998, na capital, a cidade de Kizil, foi construído o templo branco “Tsetchenling”, que se tornou um local de atração para os fiéis. Em abril de 2023, um novo mosteiro, Thubten Chedrub Ling, foi consagrado solenemente.
A construção do mosteiro começou em 2014, mas o local foi escolhido há 30 anos. Em 1992, o 14º Dalai Lama Tenzin Gyatso foi a Tuvá para celebrar o renascimento do budismo na região. Ele abençoou o local para a construção do mosteiro, mas as obras foram adiadas por diversos motivos.
Em 2022, uma delegação de Tuvá visitou o Dalai Lama na Índia que tomou o mosteiro sob sua proteção. Ele nomeou um protetor espiritual para o mosteiro, o Mahakala de Seis Braços, e deu de presente uma estátua de um metro de altura feita de cobre dourado por artesãos nepaleses. Essa peça está escondida de olhares indiscretos.
O nome do mosteiro Thubten Chedrub Ling é traduzido como “Morada de explicação e prática dos ensinamentos do Sidarta Gautama”.
Além da estátua de Mahakala, o Dalai Lama doou ao mosteiro várias relíquias budistas, suas vestes monásticas e textos sagrados. Um dos presentes foram cinzas do próprio Buda, que, durante a inauguração do mosteiro, foram colocadas cerimonialmente na estátua da divindade.
O novo templo tem uma área de 9,3 hectares, nos quais estão sendo construídos um alojamento para monges, um centro de formação em teologia e um centro de medicina tradicional.
O datsan de 12 andares tem nada menos que 56 metros. No primeiro andar há um espaço para exposições com os artefatos mais importantes da história de Tuvá e do budismo local. Na sala de orações há estátuas de divindades feitas pelo escultor Dachi Namdakov. A composição é coroada por uma estátua de Buda de 10 metros.
Os arquitetos do templo seguiram as tradições da arquitetura budista russa, bem como exemplos estrangeiros; assim, o mosteiro parece ao mesmo tempo com o palácio do Lama e com o Instituto Budista no Tibete.
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