Por quais partes da Rússia moderna a Rota da Seda passava?

Viagem
ALEKSANDRA GÚZEVA
A antiga rota comercial entre a Ásia e a Europa também passava por algumas terras russas.

Caravanas carregadas de seda e especiarias seguiam da China para o Império Romano no Ocidente desde os tempos antigos. Percorrendo desertos, montanhas e estepes, carregavam metais preciosos, porcelana e seda, lã e couro, tapetes, cavalos e animais exóticos — além de arroz e chá. Acredita-se que a Rota da Seda facilitou o intercâmbio mútuo não apenas de bens, mas também de tecnologias (por exemplo, a Europa aprendeu a fazer papel e pólvora) e tradições culturais e religiosas. Também a praga veio do Oriente.

Com o tempo, a Rota da Seda tornou-se uma grande rede ramificada de estradas comerciais. Nos séculos 6 a 15, estas também passaram por territórios da Rússia moderna. Mas estas terras nem sempre fizeram parte do Estado russo, que surgiu apenas no final do século 9.

Partes do percurso passavam por:

Ásia Central

Naquela época, essas terras pertenciam sobretudo ao Império Mongol; com o tempo, tornaram-se parte do Império Russo e da URSS. Entre outras, as antigas cidades de Samarcanda e Bukhara (atual Uzbequistão) e Asgabate (atual Turcomenistão) estavam no caminho das caravanas.

Sul da Sibéria

A rota e suas ramificações também passavam pelo sul dos Montes Urais; enquanto isso, outras caravanas comerciais chegavam ao lago Baikal.

Região do Rio Volga

Contornando o Mar Cáspio, as caravanas acabaram na foz do rio Volga; com o tempo, começaram a usar ativamente as rotas fluviais para o comércio. Foi assim que se formou toda uma rota comercial do Volga. A China negociava com a Bulgária do Volga e o Canato Cazar (ou Cazária). Atualmente, esse território faz parte do Tartaristão, que inclui as cidades de Kazan e Bolgar.

Calmúquia

Depois de atravessar o principal rio russo, o Volga, as caravanas passavam pelas estepes da Calmúquia e chegavam a Elista — atual Calmúquia, a única região budista da Europa. Esta área no sul do país (hoje, uma das repúblicas da Federação) juntou-se à Rússia no início do século 17.

Cáucaso

Algumas caravanas, contornando o Mar Cáspio pelo norte e cruzando o rio Volga, seguiram mais ao sul, até o Cáucaso. Também conseguiram cruzar o Mar Cáspio e chegar à antiga cidade de Derbente (República do Daguestão).

Através do Cáucaso, tanto ao norte como ao sul, os historiadores identificam duas ramificações da Rota da Seda – Misimiano e Darin. Alguns artefatos e restos itens do Oriente ou do Egito foram encontrados por arqueólogos em diferentes repúblicas russas no Cáucaso do Norte. Por exemplo, antigos vasos chineses foram achados na atual Kabardino-Balkária.

Costa norte do Mar Negro

Percorrendo todo o Cáucaso, os mercadores tentaram chegar ao Mar Negro. A Península de Taman e a Crimeia já acolheram antigas colônias gregas, que, mais tarde, ficaram sob o controle dos genoveses e venezianos, que depois levaram os seus produtos para a Europa. A rota do Mar Negro levava a Constantinopla (hoje Istambul, capital da Turquia). Atualmente, esta área compreende o atual Território de Krasnodar e a Crimeia.

Mar de Azov

Houve caravanas que não se dirigiram ao Mar Negro, mas, atravessando as estepes e desertos da Calmúquia, chegaram ao Mar de Azov e à foz do rio Don (atual região de Rostov).

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