O Istmo da Curlândia é o destino mais popular na região de Kaliningrado. Trata-se de uma trilha natural de areia e árvores, cercada por água em ambos os lados – o gelado Mar Báltico, à direita, e a quente e rasa Lagoa da Curlândia, à esquerda.
Esta curiosa faixa de terra é o lugar mais ocidental da Rússia inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco; a metade sul pertence à região russa de Kaliningrado, e a metade norte fica na Lituânia. As duas estão conectadas por uma única estrada.
O Istmo da Curlândia é, de fato, uma duna de areia curva com quase 100 quilômetros de extensão que separa a Lagoa da Curlândia da costa do Mar Báltico. Sua largura varia de 400 metros, no ponto mais estreito, a 3.800 metros, no ponto mais largo.
Também é chamado de “Ponte dos Pássaros”, já que por ali passam as antigas rotas migratórias das aves partindo dos países do norte para as regiões do sul da Europa e além, rumo à África.
Há diversas rotas pela floresta: a principal delas foi construída como passarela. Não é recomendável sair dessas trilhas, pois os carrapatos são abundantes na mata (as trilhas turísticas são tratadas com uma solução especial repelente).
A fragilidade desta massa de terra extraordinariamente fina, que conseguiu sobreviver por mais de 2.000 anos com moradores tão variados como cavaleiros teutônicos, pescadores e artistas, é o que torna tão notável esta maravilha natural.
No entanto, a Unesco não o incluiu em sua lista de patrimônios pela beleza local, mas sim por ser um exemplo excepcional e incomum de assentamento humano contínuo.
Os nomes dos vilarejos refletem a ocupação principal de seus habitantes: Lesnoi (silvicultura), Ribatchi (pescadores) e Morskoe (marinheiros).
A partir do século 19, o istmo ganhou popularidade entre os pintores, sobretudo os que gostavam de trabalhar ao ar livre. Boêmios criativos de toda a Europa chegaram às dunas em busca de inspiração.
Muitos deles permaneceram ali, adquirindo cabanas de pescadores e convertendo-as em oficinas ou hotéis. Não é por acaso que, atualmente, vários hotéis decoram os interiores com obras desses mesmos artistas.
No entanto, a paisagem do Istmo da Curlândia nem sempre é tão pacífica como parece. As famosas dunas de areia que ladeiam as praias brancas enterraram mais de uma cidade nas últimas centenas de anos. Isso se deve ao fenômeno das “dunas errantes”, no qual a areia se movimenta incontrolavelmente e representa uma ameaça para a população local.
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