7 curiosidades sobre a mais famosa das Ilhas Curilas (FOTOS)

Ekaterina Vasyagina (CC BY-SA 4.0)
Jacuzzis naturais, um lago de água quase fervente, uma cascata de cachoeiras e flora raríssima: Kunachir, a ilha mais ao sul das Curilas, é um território de surpresas.

  1. Ilha Negra é seu nome

Traduzido de um dialeto local, Kunachir significa Ilha Negra. Este foi o nome dado pelos Ainu, um antigo povo que habitava ilhas japonesas, Kamtchatka, Curilas e Sacalina. Grande parte dela é coberta por bosques de coníferas verde escuro e solo vulcânico quase preto. Além do mais , o vulcão mais majestoso da ilha, o Tiatia, projeta uma grande sombra escura.

É a mais meridional das ilhas Curilas. Dali até a ilha japonesa de Hokkaido são apenas 20 km.

  1. Três vulcões diferentes (e um lago de água fervente)

Muitos turistas são atraídos para Kunachir, porque em uma área muito restrita, de somente 1.490 quilômetros quadrados, pode-se encontrar três tipos diferentes de vulcões. Eles são: a caldeira vulcânica Golovnina; os estratovulcões complexos Mendeleieva e Rurui; assim como o cartão de visita da ilha, o vulcão de somma (caldeira vulcânica parcialmente preenchida por um novo cone central, como se fosse um vulcão dentro de um vulcão), o Tiatia.

Vulcão Tiatia

Além de suas estruturas diversas, todos têm características distintivas. O Mendeleieva e o Rurui, por exemplo, são famosos por suas fontes termais. O vale formado pelos vulcões é o ponto de partida de um riacho que, mais abaixo, compõe toda uma cascata de jacuzzis naturais.

Estratovulcão Mendeleieva

Nas proximidades do vulcão ativo Golovnina há dois lagos, Goriatchee e Kipiaschee. No Kipiaschee, pode-se ser literalmente fervido vivo: a temperatura da água chega até 80°C e, em alguns pontos, atinge o ponto de ebulição. Jatos de gases sulfurosos e de dióxido de enxofre são constantemente ejetados sob a água, mantendo a sua temperatura elevada. Os sedimentos do lago fazem com que uma espuma sulfídica e sulfurosa preta se forme na superfície da água, conferindo-lhe uma coloração de chumbo.

Vulcão Mendeleieva

Por outro lado, é possível dar um mergulho no Lago Goriatchee, com sua excepcional água de tom azul turquesa. Como os lagos estão ligados, a água no Goriatchee é sempre quente.

O Tiatia é o maior e mais bonito de todos os vulcões da ilha, mas fica em um local remoto. Para chegar aos seus pés, somente de barco a motor – e apenas com bom tempo. Se a ideia for fazer trilhas, atente-se ao fato de que chegar apenas ao pé do vulcão levaria vários dias (isso sem levar em consideração a subida do próprio vulcão, com 1.800 metros de altura).

  1. Praia para assar caranguejo
Kipiaschee

A localização é Goriatchi Pliaj, no sopé do estratovulcão Mendeleieva. É o único lugar em terra firme onde as rochas vulcânicas são cobertas por uma camada de areia. Mas a temperatura da areia é tão quente que se pode facilmente fritar um ovo ou frutos do mar.

Nos entornos do vulcão Mendeleieva

Mais importante ainda, os visitantes não devem aproximar-se das fumarolas (aberturas e rachaduras no solo ao redor do vulcão), das quais vapores amarelos nocivos são emitidos.

Fumarola
  1. Cabo Stolbtchati, formado pelo resfriamento da lava

Quarenta a cinquenta milhões de anos atrás, este cabo também foi formado pelo estratovulcão Mendeleyeva. A lava derramada no oceano se solidificou na água fria formando colunas de cinco ou seis lados semelhantes aos tubos sonoros de um órgão. Com o passar do tempo, a formação de basalto emergiu da água e a natureza a transformou em um promontório alto (até 50 metros de altura em alguns pontos) nas margens de Kunachir.

Cabo Stolbtchati

Os moradores o chamam de Cabo Stolbtchati, que significa “Cabo Colunar” devido à sua estrutura característica – e é geralmente fonte de entretenimento para os turistas na região.

  1. Mais da metade da flora composta por espécies do Livro Vermelho

Kunachir também é uma área de conservação do Estado. Ali crescem lado a lado espécies de flora que, no continente, nunca se encontram no mesmo entorno geográfico: abetos enredados com trepadeiras e cobertos de musgos, e bambus junto a viburnos e cedros. Mais da metade da flora local está listada no Livro Vermelho Russo de espécies ameaçadas de extinção.

Na ilha também é possível percorrer uma trilha natural, ao longo da qual encontram-se placas com informações sobre as espécies endêmicas locais.

  1. Penhasco Golovninski somente na maré baixa

Um dos lugares mais bonitos da ilha se estende desde o Cabo Puzanov até o estuário do rio Belozerka – é o chamado Penhasco Golovninski. Localizado na costa do Pacífico da ilha, consiste em uma longa parede de rocha vulcânica de onde brotam cachoeiras. Esta muralha de rocha estratificada reflete dois milhões de anos de história da ilha.

Mas para apreciar esta bela paisagem é preciso esperar a maré baixa: em qualquer outro momento do dia, o oceano chega ao sopé da própria falésia.

  1. Permissão especial para visita

O Japão adquiriu o título de propriedade da ilha de Kunachir em 1875, em troca do reconhecimento de Sacalina como território russo. Mas, em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial e a assinatura da Declaração de Potsdam, a ilha voltou para os russos (embora o Japão reivindique a Kunachir e três outras ilhas nas Curilas do Sul). Na época, os japoneses deixaram a ilha, e instalações militares soviéticas foram então construídas.

A ilha inteira ainda é considerada zona de fronteira e só é possível visitá-la com uma autorização especial. Essas licenças são emitidas no centro do distrito de Iujno-Kurilsk, onde quase toda a população da ilha está concentrada. Para obtê-la, é preciso fazer uma solicitação junto à administração da área de conservação.

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