Experimento soviético, floresta vermelha submersa é atração no sul da Rússia; veja fotos

Viagem
EKATERINA SINELSCHIKOVA
Com quase 100 anos, bosque artificial achou nova forma de sobreviver às condições locais.

A Rússia possui diversas belezas naturais, mas este local não é uma delas. O bosque de ciprestes no Vale Sukko, no sul da Rússia, é feito pelo homem (embora isso não o torne menos impressionante). 

Na verdade, os ciprestes do pântano (Taxodium distichum) nunca foram uma espécie nativa desta região e dificilmente teriam aparecido ali se não fosse por um experimento soviético. De acordo com uma teoria, mudas de cipreste foram trazidas da América do Norte para a União Soviética na década de 1930 na esperança de desenvolver essa espécie na Rússia.

Elas foram plantadas a 14 quilômetros de Anapa, no Vale Sukko cercado por morros, não muito distante do povoado homônimo.

Longe de sua terra natal, as mudas criaram raízes e viraram assunto de inúmeros programas de TV e sessões de fotos. E até já estamparam as páginas da revista National Geographic.

Com o tempo, o terreno mudou e os 32 ciprestes acabaram submersos. Mas melhor ainda: afinal, em seu ambiente nativo, essas árvores crescem em áreas pantanosas e alagadas.

O bosque sempre foi uma atração turística popular, principalmente no outono, quando a folhagem assume um tom vermelho intenso. Mas o clima quente de Anapa e a multidão de turistas não são tão bons para eles.

De vez em quando, o lago fica rasinho e os turistas chegam ao bosque caminhando através do fundo seco para escalar as raízes das árvores e tirar fotos (os ciprestes têm raízes que se espalham horizontalmente e se elevam acima do solo). 

Para preservar as árvores, o Ministério dos Recursos Naturais do Território de Krasnodar decidiu cercar o local com estruturas temporárias, e os ciprestes passaram a ser regados semanalmente com a ajuda de carros de bombeiros.

Quando o lago volta a seu volume normal, o Vale Sukko se transforma em um parque de diversões, com barcos, catamarãs, canoas e SUPs, além de um show africano na chamada ‘Aldeia Africana’. Também são realizados torneios de cavaleiros, paintball e laser tag.

É proibido nadar no lago, pois a água é lamacenta e suja. Mas sempre há aqueles que não se sentem desencorajados por quaisquer proibições. 

“Apesar das inúmeras placas dizendo ‘Proibido nadar’, algumas pessoas vão nadar no lago. Tem barcos bem embaixo dos ciprestes o tempo todo e eles estarão em todas as suas fotos”, diz Natália, que visitou o local no início deste ano.

“Sempre nos perguntam: que hora do dia é a melhor para visitar o lago de ciprestes e ver as árvores em toda a sua glória”, dizem os funcionários do ecoparque Vale Sukko. “Bem, a melhor hora é ao amanhecer. Há poucas pessoas, o lago fica tranquilo, o sol está nascendo e ainda não está muito forte. A essa hora os ciprestes são envolvidos por uma luz suave e há uma leve névoa subindo da água”, acrescentam.

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