6 segredos dos pátios de São Petersburgo

Legion Media
São Petersburgo é famosa por seus pátios, as áreas comuns de prédios, geralmente a céu aberto, que guardam alguns mistérios.

1. Pátio do anel

Prédio em forma de anel e seu grande pátio.

Uma bela casa em semicírculo no número 92 da Naberêjnaia reki Fontanki atrai a atenção, mas seu principal milagre arquitetônico fica escondido dentro do pátio. No passado, o local abrigava um predinho de apartamentos para aluguel e havia um enorme desejo de que seu grande pátio tivesse algum uso.

Assim, um arquiteto chamado Iosif Charlemagne encontrou uma maneira de usar da melhor forma possível o espaço e construiu um novo predinho, dessa vez redondo, com três andares, também com apartamentos para alugar. Dessa maneira, o pátio forma um anel, de maneira a deixar entrar muita luz nos apartamentos.

Hoje, este é um dos edifícios mais antigos de São Petersburgo. O prédio redondo também é famoso por seus locatários: os pais do grande poeta russo Aleksander Púchkin viveram em um desses apartamentos por sete anos. Na atualidade, os apartamentos foram reaproveitados e o edifício é ocupado por diversas organizações.

2. Casa Bak

Galerias no pátio da Casa Bak.

Este edifício alugado no número 24 da Kirotchnaia úlitsa foi construído pelo arquiteto Borís Guirchovich, em 1905, em estilo art nouveau. O proprietário do prédio era o engenheiro judeu Iulian Bak. O edifício tem um complexo de pátios e galerias especiais no segundo e no quinto andar, que conectam o edifício principal a um externo. As galerias permitem que os habitantes do edifício externo entrem em seus apartamentos a partir da rua Kirotchnaia úlitsa: algo considerado mais prestigioso do que entrar pelo pátio e que encarecia os preços dos aluguéis.

É de se notar que Iulian Bak não era só engenheiro, mas também fundador e editor do “Riétch” ("Discurso"), o jornal dos “Kadeti” (partido político russo dos democratas constitucionais). O escritório principal do “Riétch” ficava em um dos apartamentos do prédio de Bak.

3. “Pátio dos Espíritos”

Pedaço de céu visto do “Pátio dos espíritos”.

A Ilha Vassilievski, em São Petersburgo, também esconde um lugar misterioso: o “Pátio dos espíritos”, no número 5 da Tchitvertaia linia V.O. Reza a lenda que o pátio foi assim batizado graças a um moradores do prédio, o pintor russo Nikolai Roerich, famoso por seu misticismo.

Este pátio é um clássico, tem o tamanho de um cômodo pequeno e uma aparência muito sombria. Antes, ele tinha uma malha de ferro na parte de cima, o que tornava o lugar ainda mais deprimente. Agora, restam apenas algumas dessas estruturas.

Se você for supersticioso, o “Pátio dos Espíritos” é um lugar para se fazer pedidos. É preciso ficar no meio dele, olhando para aquele pedacinho de céu que o cobre e endereçar seu desejo aos espíritos. Vindas da rua, as pessoas entram no pátio principal e, para garantir que o desejo se torne realidade, têm que encontrar o “Pátio dos Espíritos” sozinhas, já que o endereço guarda mais de um pátio. Uma dica: uma das portas do pátio principal leva até lá.

4. O pátio de mosaico

Parte de mosaico com baixos-relevos de Vladímir Lubenko no pátio.

O pátio do número 2/7 da Úlitsa Tchaikóvskogo não se assemelha a nenhum outro em São Petersburgo: ele é um museu ao ar livre de mosaicos. O artista russo Vladímir Lubenko começou a enfeitar este pátio em 1984 e seus seguidores se uniram. São muitas esculturas e baixos-relevos: anjos, leões, figuras humanas etc. Entre os objetos de arte também existe um parque infantil e uma fonte com esculturas que representam uma mãe e um filho. A vívida harmonia de cores aparentemente anima os visitantes.

5. ‘Púchkinskaia, 10’

Baixo-relevo do “Yellow Submarine”.

Não se confunda com o nome de centro de arte contemporânea “Púchkinskaya, 10”: na verdade, sua entrada é feita pelo pátio do número 53 da Ligovski Prospekt. Este pátio é perfeito para os fãs dos Beatles. Na cidade, há duas ruas não oficiais dedicadas ao famoso quarteto. A primeiro é  a Úlitsa Johna Lennona (“Rua John Lennon”), criada pelo artista K[olia Vassin, em 1992.

No início, ele queria que Úlitsa Marata fosse rebatizada em homenagem a John Lennon, mas a prefeitura recusou o pedido e, por isso, Vassin acabou “construindo” a rua neste quintal. Sua ideia era que ela conectasse a terra e o céu, por isso a seta na placa da rua fica apontando para cima. A segunda rua foi inaugurada ali em 2019 e foi batizada de “Abbey RoadЪ”. A letra russa “Ъ” (o “sinal duro”) representa sua diferença da original.

Neste pátio, pode-se ver grafites com silhuetas dos Beatles da capa de Abbey Road. Perto deles, também há cinco baixos-relevos: quatro retratam o quarteto, e um quinto representa o famoso “Yellow Submarine”.

6. Casa das caldeiras “Kamtchatka”

Retrato de Víktor Tsoi no quintal da “Kamtchátka”.

A “Kamtchatka’ foi uma casa das caldeiras localizada no porão de um prédio no número 15 da Úlitsa Blokhina. Antes, muitos edifícios em São Petersburgo costumavam ter essas casas das caldeiras. Esta é famosa porque Víktor Tsoi, roqueiro soviético e líder da popular banda “Kino”, trabalhou ali como operador das caldeiras nos anos 1980.

A entrada é feita pelo pátio, que hoje tem uma homenagem a Tsoi: uma placa memorial, um retrato e muitos grafites dedicados ao músico. Os fãs do grupo "Kino" costumam colocar flores junto à placa memorial. O retrato é pintado com base em uma foto tirada durante o período em que Tsoi trabalhava na casa de caldeiras “Kamtchatka”.

A casa das caldeiras funcionou até o ano 2000, quando o edifício foi equipado com aquecimento central. Em 2003, a antiga casa das caldeiras foi transformada em clube e museu. Músicas do “Kino” tocam ali o tempo todo e, à noite, há shows de rock. A caldeira de carvão ainda está presente e preservou-se a atmosfera dos tempos de Tsoi.

 

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