Você já comprou as passagens de avião, leu vários comentários e dicas sobre as principais atrações russas e está pronto(a) para curtir suas férias. Mas atenção: ao viajar pela Rússia, é bem provável se deparar com uma série de armadilhas. O Russia Beyond apresenta uma lista de detalhes aos quais viajantes devem ficar espertos.
- Pegar o primeiro táxi no aeroporto é cilada
“O maior erro é levar o primeiro táxi ao chegar, isto é, com os motoristas que ficam esperando logo na saída do aeroporto”, diz o alemão Helmar Wolf. “Eles cobram quase três vezes mais que os táxis oficiais.”
No entanto, evitar isso é muito mais fácil do que se imagina. Além de ônibus especiais, em Moscou e São Petersburgo, também é possível usar o serviço de trens expressos que levam do aeroporto ao centro da cidade. Aplicativos como Uber e Yandex.Taxi também compensam quando se está em mais de uma pessoa.
- Aprender um pouco de russo é uma boa ideia
“Não saber palavras básicas do idioma local pode causar problemas aos turistas em qualquer viagem, sobretudo na Rússia”, diz o inglês Joshua Levy. “Fora de Moscou, a vida é bastante diferente e poucas pessoas sabem falar inglês.”
Nos lugares turísticos mais populares, é mais fácil encontrar russos que falem inglês ou outras línguas europeias (além de chinês). Até mesmo o metrô de Moscou começou a anunciar as estações em inglês. Mas é sempre útil conhecer algumas palavras e frases em russos – além de facilitar a comunicação com locais ao pedir informações, isso pode ser extremamente útil em situações de emergência.
- Pegar transporte público nem sempre é fácil
Existem algumas regras não escritas para o transporte público na Rússia. Como em todo o mundo, você deve oferecer seu assento para idosos ou grávidas. Algum russos também oferecem seu lugar a qualquer mulher que aparecer a sua frente.
Ao viajar de trem, também existem normas básicas. Fique atento à “zona sanitária” quando os trens (geralmente mais velhos) se aproximam e/ou deixam grandes cidades.
“Minha primeira experiência com trem noturno foi numa viagem de Petrozavodsk a São Petersburgo”, conta Helmar. “Eu precisava ir ao banheiro no meio da noite, mas a porta estava trancada. Então perguntei a uma senhora o porquê disse, já que não havia ninguém dentro. Ela me explicou que estávamos nos aproximando de uma estação e, por isso, o banheiro ficaria bloqueado por um tempo – 40 minutos, aliás.”
A maioria dos trens modernos, porém, não têm esse problema.
- Levar muita roupa de frio é desnecessário
O inverno russo é, de fato, rigoroso – mas isso não significa que só faça frio na Rússia. Pode ser tentador arrumar uma mala inteira com roupas quentes antes de chegar, mas, na verdade, é preciso apenas um bom casaco quente e alguns sapatos impermeáveis (pelo menos, nas cidades). No entanto, para quem pretende se aventurar na taiga siberiano, pode ser necessário levar algumas roupas especiais.
Segundo a alemã Peggy Lohse, que viaja frequentemente pela Rússia, não se deve carregar muitas roupas quentes na mala. “A maioria das roupas que você precisará podem ser compradas no país. Por exemplo, quando estava no inverno siberiano, comprei jaqueta tão quente que era preciso usar apenas uma camiseta por baixo.”
- Chegar de mãos vazias é quase pecado
Trazer presentes é uma antiga tradição russa. No filme soviético “O Braço de Diamante”, por exemplo, o protagonista viaja ao exterior com presentes para pessoas que sequer conhece pessoalmente. “Os russos são muito amigáveis e sempre dão pequenos presentes, como calendários, ímãs e etc. Até mesmo pessoas que você acabou de conhecer lhe dão presentes”, diz Helmar. “Dá vergonha não ter nada para dar em troca. É uma tradição legal e faz as pessoas se sentirem bem-vindas.”
Ao visitar um russo, é uma boa ideia levar um presentinho. Não precisa ser nada caro: flores para mulheres, ou brinquedos para crianças, por exemplo.
- Seguir a mesma lógica de seu país não funciona
“Na minha opinião, o erro mais comum que turistas estrangeiros comentar é tentar aplicar sua lógica à Rússia”, diz Joshua. “Os russos têm uma percepção diferente de sociedade e cultura, e a vida é bem diferente da do mundo ocidental.”
“Lembro-me de estar na rua Arbat. Eu andei um bom tempo tentando encontrar um lugar para atravessar a rua e ficava me perguntando onde estavam as faixas de pedestre. De repente vi alguém à minha frente desaparecer no horizonte. O que foi isso? Era uma daquelas passagens subterrâneos! Então, lembrei: se você quiser atravessar a rua aqui, olhe também para baixo”, recorda o espanhol Jaime Noguera.
Outro aspecto inusitado se refere à água. “Estamos acostumados a ter água quente na torneira esquerda, e água fria na da direita. Na Rússia, pode ser ao contrário”, conta Helmar. “E a água quente pode ser realmente quente, a ponto de queimar a mão.”
- Para conhecer a Rússia, viaje para além de Moscou e São Petersburgo
A Rússia é vasta, e as opções de viagem, diversas. Faça uma viagem pela Ferrovia Transiberiana (a mais longa do mundo), descubra o lago Baikal (o mais profundo do planeta), ou visite as intermináveis montanhas de Altai, na Sibéria.
“Não tenho experiências negativas”, afirma Helmar. “A Rússia é um país muito seguro para viajar. Não tive quaisquer problemas até agora.”