Lojas sobreviveram à luz de velas durante apagão na Crimeia
ReutersDepois de semanas enfrentando apagões após ativistas ucranianos explodirem as torres que conduziam energia elétrica para a Crimeia, dois milhões de pessoas na península estão retomando sua rotina.
Segundo o ministro da Energia da Rússia, Aleksandr Novak, o fornecimento de energia já foi totalmente restabelecido e, agora, a península recebe eletricidade tanto da Ucrânia, como da Rússia.
A inauguração oficial, em 2 de dezembro, da ligação energética ultramarina com a Rússia continental, que atravessa o Estreito de Kerch, foi motivo de celebração para os habitantes locais.
Além disso, na última terça-feira (15), o presidente russo Vladímir Pútin lançou a segunda linha de cabos, que deverá suprir, segundo Novak, de 80% a 100% da demanda da Crimeia.
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Para muitos, porém, o significado da primeira ligação era apenas simbólico. Dos 500 MW de potência de que a Crimeia precisa (ela tem capacidade para produzir outros 500 MW), apenas 200 MW provêm da Rússia.
Ainda não se divulgou se o contrato para recebimento de energia ucraniana pela península será renovado em 2016.
De acordo com a agência de notícias Tass, Novak afirmou que a Crimeia ganhará, até 2018, usinas geradoras com capacidade para produzir 940 MW.
No escuro
Quando a rede de eletricidade da Crimeia ficou completamente paralisada, nas primeiras horas do dia 22 de novembro, a Ucrânia fornecia cerca de 80% da energia da Crimeia, seguindo acordo firmado com a Rússia.
Assim, as autoridades se viram forçadas a fornecer energia somente a hospitais, enquanto os demais consumidores, inclusive clínicas, ficaram sujeitos a constantes apagões.
A economia local chegou então a um impasse. Ligações de telefones celulares e sem fio, iluminação das ruas e gasolina tornaram-se escassos. O governo teve que transferir imediatamente um grande volume de geradores a diesel para a península e acelerar o desenvolvimento do cabo de eletricidade ligando Krasnodar à Crimeia.
Salvação chinesa
A ligação ultramarina demandava a instalação de quatro linhas de cabos no fundo do Estreito de Kerch, de 13,4 quilômetros cada. Mas os russos não produzem cabos desse comprimento, e muitos dos fornecedores estrangeiros rejeitaram a transação devido às sanções econômicas impostas após a integração da península pela Rússia, em março de 2014.
O material finalmente acabou sendo adquirido da China. Mas o navio chinês chegou em Kerch apenas em 11 de outubro, e os trabalhos começaram uma semana depois. Além disso, a ligação implicou a construção de linhas de alta tensão e de novas subestações.
O custo total do projeto está estimado em quase US$ 700 milhões. Consequentemente, a Rússia está trabalhando na resolução de todos esses problemas – mas não tão rápido quanto os moradores gostariam.
Além dos problemas energéticos, a Crimeia enfrenta falta de água após a Ucrânia bloquear as comportas do Canal da Crimeia do Norte, de onde a água do rio Dniepre era canalizada para a península. Desde então, Moscou pôde oferecer apenas soluções temporárias para a crise hídrica. A Crimeia consome cerca de dois bilhões de metros cúbicos de água por ano, dos quais 80% são usados na agricultura.
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