Por que os soviéticos produziam biscoitos criados para a família do tsar?

Comida
ALEKSANDRA GÚZEVA
Os biscoitos ‘Iubileinoie’ sempre foram o lanche doce favorito de todas as crianças soviéticas – e agora russas. E as autoridades daquela época nem sequer se preocuparam com o fato de ter sido feito pela primeira vez para o 300º jubileu da dinastia Romanov.

Todo mundo na Rússia conhece e adora os biscoitos ‘Iubileinoie’ (literalmente, ‘Jubileu’). Retangular, crocante e levemente doce. Podem ser consumidos de diversas maneiras: seco, com manteiga ou com um pouco de queijo por cima. Você pode dar para as crianças, pode levar para o trabalho — e é a combinação perfeita para o chá. Resumindo, um verdadeiro lanche do povo.

Esses biscoitos açucarados eram os “doces” preferidos de avós e, talvez até dos bisavós na Rússia. E o reconhecível pacote vermelho poderia ser encontrado no armário de, provavelmente, todas as casas. Ainda hoje é produzido na fábrica ‘Bolchevique’, conforme todos os padrões de qualidade.
Mas por que então é chamado de ‘Iubileinoie’? Spoiler: o jubileu da Revolução Bolchevique de 1917 não tem nada a ver com isso!

Esses biscoitos são mais antigos do que se imagina. A receita original foi desenvolvida e apresentada à família do tsar por confeiteiros da fábrica S. Sioux and Co., em Moscou, que era de propriedade da família francesa Sioux e fornecedores da corte imperial. Esta empresa era considerada uma das fábricas de confeitaria mais famosas da Rússia. Nos tempos soviéticos, porém, foi nacionalizada e renomeada como “Bolchevique”.

Os primeiros biscoitos tinham formato oval e a caixa trazia retratos dos monarcas, já que os biscoitos foram lançados pela primeira vez em 1913, para o 300º aniversário da Casa de Romanov. Na URSS, os bolcheviques decidiram que a receita original era bem-sucedida e retomaram a produção.

A Revolução de 1917, no entanto, não foi ignorada: em 1967, em homenagem ao 50º aniversário do biscoito, foi lançada uma edição limitada de ‘Iubileinoie’ em uma embalagem com losangos vermelhos e brancos, em referência à arte de vanguarda.

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