7 bebidas refrescantes desde os antigos eslavos; veja receitas

Comida
ALEKSANDRA KRÁVTCHENKO
A vida era dura para os camponeses russos – o inverno era congelante, e o verão, insuportavelmente quente. O trabalho de lavoura no verão era extenuante e não havia cafés na esquina vendendo limonada caseira ou smoothies de banana aromáticas com morangos. Os eslavos, portanto, tinham que improvisar, criando bebidas refrescantes com qualquer coisa que a natureza tivesse a oferecer.

Kvass

Kvass é uma boa alternativa não alcoólica à cerveja. Os eslavos antigos tomavam essa bebida fermentada com centeio e cevada a qualquer hora do dia, no trabalho e até de jejum. O kvass era figurinha carimbada das mesas russas – dos camponeses à realeza.

Misturava-se, muitas vezes, com cebolinha e pão de centeio para ser consumida no jantar, ou frutas e frutos do mar para ser saboreada como sobremesa. Existe, inclusive, um tipo especial de kvass – a schi ‘azeda’ (ao contrário do que se pensa, a schi não é uma sopa, mas sim uma bebida azeda feita a partir de malte de centeio).

Não é muito difícil fazer kvass caseiro. Mergulhe biscoitos ou pedaços de pão de centeio em água fervente, deixe descansar por quatro horas e, em seguida, adicione açúcar, fermento e hortelã. Depois é só deixar o kvass fermentar.

Veja receita completa aqui.

Mors

Essa bebida de frutas silvestres já era popular na época em que o Domostroi [um manual de cuidados com a casa, do século 16] foi escrito na Rus Kievana. Mors era feito a partir de arando, mirtilo, framboesa, groselha ou cereja.

Para isso, era preciso drenar o suco de bagas frescas com a ajuda de uma peneira, e, depois, ferver as cascas que restarem com açúcar. Quando pronto, acrescentar o suco. Mors caseiros podem durar uma semana se armazenados em um local fresco.

Água de airela

A água de airela fazia parte da dieta de Evguêni Oneguin, o protagonista mais famoso de Aleksandr Púchkin. E é ainda mais fácil de fazer do que mors.

Para prepara-la, é preciso selecionar as melhores airelas e remover todas as folhas e caules. Depois, mergulhá-las na água e deixar a mistura em um local fresco por 7 a 10 dias. Em seguida, peneirar a mistura, e adicionar um pouco de açúcar ou mel.

Kissel (lê-se kissiel)

O tradicional kissel russo feito de aveia era servido fresco no verão como prato principal. Já o kissel apreciado hoje apareceu no início do século 19 e era uma bebida sofisticada entre os aristocratas. Nos tempos soviéticos, foi criado o kissel seco, que podia ser facilmente dissolvido em água morna. Mas as crianças que o adoravam nem tentavam prepará-lo: mastigavam o kissel seco apreciando seu saborzinho de frutas.

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Kompot

Kompot é outra variação feita a partir de bagas e frutas. No entanto, ao contrário de mors, por exemplo, kompot não era considerado uma bebida diária, sendo servido apenas durante celebrações. Produzido com maçãs, peras ou ameixas secas, podia ser armazenado por vários meses e ajudava a aproveitar todas as sobras.

O preparo é simples – mergulhe as frutas secas em água, acrescente açúcar e leve a mistura à fervura por 20 minutos. Deixe esfriar antes de beber.

Syt’ (lê-se sit ou sitá)

Syt’ é uma bebida que os antigos eslavos consumiam antes mesmo da introdução do chá no país. Eles costumavam esfriá-lo antes, o que lhe conferia um sabor original.

A versão mais comum era feita a partir de mel – fervido e peneirado; depois de frio, acrescentava-se especiarias como cravo e canela.

Prostokvasha (Prostokvacha)

O leite era usado de diferentes formas na Rus medieval, e até leite azedo tinha sua função na cozinha russa. Podia ser adicionado a panquecas, utilizado para produzir queijo, ou fervido para fazer prostokvasha.

Para preparar a última, os eslavos antigos deixavam um recipiente com leite de vaca em um local quente de um dia para outro. Na manhã, é só saborear a prostokvasha.