“Desempenho impecável, coragem pessoal, talento para liderança militar, atitude cordial para com os subordinados” — foi assim o marechal da URSS, Aleksandr Vassilévski, descreveu o colega e um dos melhores comandantes militares soviéticos da Segunda Guerra Mundial, o marechal Fiódor Tolbukhin.
Tolbukhin começou sua carreira militar durante a Primeira Guerra Mundial. De um simples soldado, ascendeu ao posto de capitão do Estado-Maior e, pela coragem e bravura demonstradas em batalha, acabou sendo condecorado com as Ordens de Santa Ana e Santo Estanislau.
Na Guerra Civil que eclodiu na Rússia em 1917, Fiódor Tolbukhin escolheu o lado dos bolcheviques. Ele serviu como chefe do Estado-Maior de uma divisão e depois de um exército, lutou contra as tropas da Guarda Branca do general Nikolai Iudenitch, participou da Guerra Soviético-Polonesa e de operações militares contra os finlandeses na Carélia.
No momento da invasão da URSS pelos nazistas em junho de 1941, o major-general Tolbukhin ocupava o cargo de chefe do Estado-Maior do distrito militar da Transcaucásia. Ele se tornou um dos autores da Operação Countenance, que resultou na tomada do controle do Irã pró-alemão pelas tropas soviéticas e britânicas em agosto e setembro de 1941.
Em novembro de 1941, Tolbukhin, junto com o comandante da Frente Transcaucasiana, o tenente-general Dmítri Kozlov, preparou um plano para uma operação de desembarque na Crimeia ocupada pelo inimigo. O desembarque, que começou em 26 de dezembro, terminou com a libertação da Península de Kerch.
Tolbukhin assumiu o cargo de chefe do Estado-Maior da Frente da Crimeia, mas, devido a um conflito com o representante do Comando Supremo da URSS, Lev Mekhlis, teve que deixá-lo em março de 1942. Dois meses depois, os alemães derrotaram as forças soviéticas na península e retomaram o controle.
A partir de julho de 1942, Tolbukhin passou a comandar o 57º Exército, que defendia o sul de Stalingrado. “O 57º Exército, sem barulho ou pressa, de forma ponderada e organizada, conduziu batalhas e operações defensivas e ofensivas. O chamávamos de exército de ordem e amávamos seu comando por sua atitude excepcionalmente atenciosa e cuidadosa para com todos os soldados”, escreveu o tenente-general Vassíli Morozov.
As tropas de Tolbukhin desempenharam um papel fundamental durante a contraofensiva que começou em 19 de novembro. Eles derrotaram as unidades do 4º Exército romeno e fecharam o cerco ao redor do grupo alemão em Stalingrado pelo sul.
Durante a Batalha de Kursk, no verão de 1943, Fiódor Tolbukhin liderou operações ofensivas contra a linha defensiva alemã no leste da Ucrânia. Isso tornou possível imobilizar as reservas inimigas e impedir que o comando da Wehrmacht as transferisse para a área da Operação Cidadela perto de Kursk.
Em maio de 1944, após a operação bem-sucedida de libertação da Crimeia, Tolbukhin foi nomeado comandante da 3ª Frente Ucraniana. Em agosto do mesmo ano, suas tropas, junto com as forças da 2ª Frente Ucraniana de Rodion Malinóvski, realizaram a brilhante Operação Iași-Chisinau, que cercou e derrotou o Grupo de Exércitos Alemão “Ucrânia do Sul”.
O Exército Vermelho, sob o comando de Tolbukhin libertou completamente o território da Moldávia. Na Romênia, ocorreu um golpe de Estado, e o país se juntou à coalizão anti-Hitler. A Bulgária logo seguiu o exemplo. Em 12 de setembro de 1944, Tolbukhin recebeu o título de marechal da União Soviética.
Em outubro de 1944, as tropas da 3ª Frente Ucraniana sob o comando de Tolbukhin, junto com as unidades do Exército Popular de Libertação da Iugoslávia, libertaram Belgrado. Em 13 de fevereiro de 1945, Budapeste foi tomada.
Em março, as tropas alemãs lançaram sua última grande ofensiva da guerra na região do lago Balaton. As tropas soviéticas resistiram ao ataque e lançaram a contraofensiva.
Em 13 de abril de 1945, as tropas de Tolbukhin tomaram Viena. Para salvar os marcos da cidade, o comandante militar ordenou que artilharia pesada e bombardeiros não fossem usados durante o ataque.
Após a guerra, Tolbukhin comandou o Grupo de Forças do Sul no território da Romênia e da Bulgária, e, depois, as tropas do Distrito Militar Transcaucasiano. Em 1949, ele morreu de diabetes.
“Nunca esquecerei como Fiódor, deitado sobre uma cama de hospital, literalmente alguns minutos antes de sua morte, garantiu que amanhã iria trabalhar”, escreveu o marechal Aleksandr Vassilévski.
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