A carreira do piloto de caça de Marcel Albert começou no verão de 1940. Nas batalhas pela França, ele abateu duas aeronaves inimigas.
Após a rendição da França, Albert acabou nas fileiras da Força Aérea do regime de Vichy. Não querendo servir aos colaboradores, ele fugiu para a Grã-Bretanha, onde se juntou ao movimento patriótico “França Livre” do general Charles de Gaulle.
Em 1942, Charles de Gaulle concordou com o lado soviético sobre a formação do esquadrão da Normandie, que, como parte da Força Aérea do Exército Vermelho, lutaria contra o inimigo na Frente Oriental. Assim, os pilotos franceses receberam a oportunidade de voar a bordo de caças soviéticos.
Em 1943, foi criado no esquadrão um regimento “Normandie-Niemen”. O tenente-sênior Marcel Albert passou a comandar o 1º Esquadrão “Rouen”.
Albert se tornou um piloto bem-sucedido; ele realizou 193 missões de combate e abateu 23 aeronaves inimigas, incluindo duas na França.
Em 27 de novembro de 1944, Marcel Albert recebeu o título de Herói da União Soviética, pela coragem e heroísmo demonstrados nas batalhas contra os invasores alemães. Depois da guerra, ele emigrou para os Estados Unidos, onde faleceu em 2010, aos 92 anos de idade.
Roland de La Poype vinha de uma antiga família nobre, seu ancestral havia sido um general napoleônico. Tal como Marcel Albert, Poype não aceitou a rendição do seu país e se juntou às fileiras do movimento patriótico “França Livre” do general Charles de Gaulle.
No final de 1942, o piloto acabou na URSS, onde, por suas origens aristocráticas, foi apelidado de “Marquês”.
Poype dominava tão bem o caça soviético Yak-1b que, certa vez, conseguiu pousar o avião com a única roda restante, ignorando a ordem do comandante de saltar de paraquedas do veículo de combate danificado.
Com a permissão do comando, ele retratou a boca de um tubarão no seu caça.
Poype participou da Batalha de Kursk e da libertação da Bielorrússia. No total, ele realizou 125 missões de combate e abateu 16 (de acordo com outras fontes, teriam sido 15) aeronaves inimigas.
Em 27 de novembro de 1944, o “Marquês” recebeu o título de Herói da União Soviética. Após a guerra, abriu um negócio privado e morreu aos 92 anos.
No início da Segunda Guerra Mundial, Jacques André lutou contra as forças aliadas nas fileiras da Força Aérea Francesa de Vichy; no entanto, em 1942, ele decidiu mudar de lado. No final de 1943, foi para a URSS e ingressou no regimento aéreo Normandie-Niemen.
“Neste veículo me sinto como um completo mestre no ar”, disse André sobre o seu caça Yak-3.
O piloto lutou com mais eficácia na Prússia Oriental, onde abateu sete aeronaves inimigas. No total, Jacques André obteve 15 vitórias aéreas.
Em 4 de junho de 1945, o tenente júnior André recebeu o título de Herói da União Soviética por sua bravura e valor militar. Após o fim da guerra, continuou servindo na Força Aérea Francesa e ascendeu ao posto de coronel. Após o fim da carreira militar, ele montou um negócio de jardinagem.
O piloto morreu em 1988, aos 69 anos de idade.
Marcel Lefèvre foi um dos primeiros pilotos do Normandie. Foi ele quem sugeriu este nome para o regimento aéreo, em homenagem à sua terra natal.
Curioso e sociável, Lefèvre rapidamente aprendeu a língua russa e se tornou um dos pilotos mais importantes da esquadra e mentor dos jovens recrutas.
Lefèvre sempre exigia dos mecânicos que o veículo de combate estivesse perfeitamente limpo. “Um piloto deve voar em luvas brancas”, ele costumava repetir.
No início de maio de 1944, foi designado para comandar o 3º esquadrão, mas não estava destinado a permanecer no posto por muito tempo.
Em poucas semanas, ele foi atacado por canhões antiaéreos alemães perto da cidade de Vitebsk, na Bielorrússia. Durante o pouso, o avião danificado pegou fogo, Lefèvre sofreu queimaduras terríveis e morreu no hospital uma semana depois.
Em 4 de junho de 1945, Lefèvre, que realizou 105 missões de combate e abateu 11 aeronaves inimigas, recebeu postumamente o título de Herói da União Soviética.
Nem todos os franceses que receberam o título de Herói da União Soviética serviram no regimento aéreo Normandie-Niemen. Em 1982, o prêmio mais alto da URSS foi concedido ao primeiro cosmonauta francês, Jean-Loup Chrétien.
Em 1979, a URSS convidou a França para realizar um voo espacial conjunto. Foi Chrétien quem teve a sorte de participar da missão. O francês foi preparado no Centro de Treinamento de Cosmonautas, perto de Moscou, e, em 1982, voou a bordo da Soyuz T-6 rumo à estação orbital Salyut-7.
Em 1988, Chrétien fez seu segundo voo como parte do programa soviético-francês ARAGATZ, durante o qual realizou uma caminhada no espaço. Antes dele, apenas astronautas norte-americanos e cosmonautas soviéticos haviam saído para o espaço.
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