Na segunda metade do século 18, os russos começaram a explorar o Alasca e as Ilhas Aleútas. A região atraiu colonos como uma rica fonte de peles, o “ouro macio” da época. O posto avançado mais meridional da colonização russa foi a fortaleza de Ross, na Califórnia, também conhecida como Fort Ross. Localizava-se na região hoje conhecida como Condado de Sonoma, bem próximo às possessões espanholas, a apenas 80 km de São Francisco.
A fortaleza existiu por menos de 30 anos, entre 1812 e 1841, e foi criada como um assentamento agrícola para produzir alimentos para o Alasca russo. Em 1836, havia ali 260 russos que chamavam Fort Ross de “lar”.
O comerciante francês Bernard Du-Cilly visitou o local em 1813 e descreveu “telhados bem feitos, belas casas, campos bem semeados e paliçados” e “uma atmosfera totalmente europeia”.
Várias fontes históricas afirmam que os proprietários diretos desses territórios eram índios pertencentes à tribo Kashaya Pomo, que haviam doado suas terras aos russos por três cobertores, três calças, três machados, três picaretas e fios.
A Espanha e o México não ficaram nada contentes com a presença da Rússia na Califórnia, mas foram contra qualquer tentativa de expulsar os russos à força. Também não houve conflitos importantes entre o Império e a população indígena da Califórnia — os dois grupos relataram ter vivido lado a lado de maneira bastante pacífica.
No entanto, não demorou muito para que o governo russo percebesse que as possessões californianas não trariam muitos rendimentos. Os custos de manutenção eram muitas vezes superiores às suas receitas. “O sul não é tão próspero”, escreveu o novo governador da América Russa, Leónti Gagemeister, em 1818. “Não há castores em Ross, e a pesca não traz muito.”
Também não foi possível desenvolver a agricultura na região. Os nevoeiros marítimos e o terreno montanhoso “impediam a colheita”, e os mexicanos, que substituíram os espanhóis em 1821, fizeram todo o possível para impedir a expansão da colônia.
Em 1841, a fortaleza acabou vendida ao empresário norte-americano John Sutter por US$ 20.000, dos quais parte foi paga em ouro.
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