Como as baleias foram parar nos ícones russos do século 18?

História
ALEKSANDRA GÚZEVA
O enredo exótico sobre o profeta Jonas, do Antigo Testamento, era algo raro de se encontrar na arte religiosa russa. Mas há alguns exemplos curiosos.

O Antigo Testamento tem uma descrição pitoresca de como o profeta Jonas desobedeceu a Deus e viajou para o lugar errado. Por causa de seu egoísmo, começa uma terrível tempestade. Para salvar os demais marinheiros, ele pede que o joguem ao mar — e é então que uma baleia gigante o engole. O profeta passa três dias inteiros na boca do animal, sem perder a esperança nem a fé. Eventualmente, Jonas sai ileso e acaba exatamente onde Deus o enviou.

Nos tempos do Novo Testamento, a história de Jonas também continuou popular, porque foi percebida como uma profecia de como Cristo ressuscitou no terceiro dia após sua morte.

De tão exótica, a história era extremamente rara na iconografia ortodoxa russa (em oposição à arte ocidental). No entanto, há raros ícones focados exatamente neste enredo da milagrosa “saída” de Jonas da boca do animal.

Uma dessas obras, pintada no século 18, encontra-se no Museu de História da Ortodoxia de Tobolsk, na Sibéria.

Outro ícone da mesma época, mas provavelmente da Rússia Central, é mantido em uma coleção particular.

Em ambos os casos, o autor é desconhecido. Porém, curiosamente, as duas baleias são retratadas de forma bastante semelhante e mais se parecem com bagres ou algum peixe monstruoso de fantasia.

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