‘Monastir’, ‘lavra’ e ‘pústin’ — qual é a diferença entre esses termos?

Valeriya; OlyaSolodenko; eyphoriaa (CC BY-SA 4.0)/Getty Images
À primeira vista, não há diferenças dignas de menção: todas essas palavras se referem a comunidades monásticas. Mas, na verdade, existem algumas diferenças sutis.

Convento Novodévitchi.

Um ‘monastir’ (mosteiro) é governado por um único conjunto de regras e todos os edifícios fazem parte de uma instituição combinada — como, por exemplo, no Convento Novodévitchi, em Moscou; no Mosteiro Solovetsky, no Mar Branco; ou no Mosteiro do Salvador de Santo Eutímio, em Suzdal. As chamadas casas religiosas estauropégicas se distinguem das demais porque não estão subordinadas às autoridades eclesiásticas locais, mas ao Patriarca ou ao Sínodo. Este nome é derivado do grego ‘stavros’ (‘cruz’) e ‘pegnumi’ (‘consertar’) e, de fato, os patriarcas instalaram pessoalmente as cruzes em tais instituições. Existem pouco mais de 30 “monastires” estauropégicos na Rússia. Eles incluem os mosteiros Danilov e Donskoi, na capital, e os mosteiros Solovéstski e Valaam nas ilhas respectivas ilhas homônimas.

É interessante que, na língua russa, a palavra ‘monastir’ também seja usada tanto para instituições masculinas como femininas — como no português.

Lavra da Santíssima Trindade de São Sérgio.

Mas qual é a diferença entre uma ‘lavra’ e um ‘monastir’? Em primeiro lugar, as ‘lavras’ são instituições exclusivamente masculinas. Além do mais, desempenharam um papel importante na história russa. Graças a suas muralhas altas e robustas, esses grandes terrenos religiosos ofereciam proteção contra ataques de exércitos nômades. Existem, contudo, apenas duas ‘lavras’ na Rússia: a Lavra da Santíssima Trindade de Aleksander Névski, em São Petersburgo, e a Lavra da Santíssima Trindade de São Sérgio, em Sêrguiev Possád — esta também é considerada um mosteiro estauropégico.

Pústin Korennaia, na região de Kursk.

Enquanto isso, ‘pústins’ isoladas foram erguidas a uma boa distância de mosteiros e de todas as distrações terrenas. E só tinham uma única igreja. Embora, com o tempo, pudessem se tornar espaços religiosos maiores, a palavra “pústin” continuaria sendo mantida no nome. Um exemplo disso é a Pústin Korennaia, na região de Kursk, que foi construída no local onde foi encontrado o ícone milagroso da Nossa Senhora de Kursk. Antigamente havia ali apenas uma modesta capela, mas hoje há cinco igrejas.

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