Durante o Cerco a Leningrado (1941-1944), um dos mais longos e destrutivos da história das guerras, além da fome e constantes bombardeios, a população local estava à beira de uma epidemia de escorbuto. Essa doença causada pela falta de vitamina C no organismo leva à perda de massa muscular, distúrbios nervosos, fadiga e doenças infecciosas.
O escorbuto ameaçava tanto os moradores quanto o exército; os médicos ficaram preocupados com o problema desde os primeiros dias do bloqueio. Na falta de medicamentos suficientes, foram utilizadas receitas do século 18.
Funcionários do Instituto de Indústria de Vitaminas de Leningrado estudaram arquivos que descrevem maneiras de combater o escorbuto usando agulhas de pinheiro. No Império Russo, agulhas de pinheiro e de abeto eram amplamente usadas como medicamentos e exportadas às farmácias da Europa Ocidental.
Felizmente, havia abundância de florestas de coníferas nas áreas controladas pelos soviéticos. Funcionários da frente interna, que trabalhavam em dois turnos, ficaram responsáveis pela colheita de agulhas, cortavam ramos, lavavam, separavam agulhas da madeira, lavavam novamente e as amassavam. O purê de agulhas de pinheiro era tratado com uma solução de ácido acético, cítrico ou tartárico, o que permite extrair vitamina C.
A infusão azeda esverdeada era filtrada e colocada em garrafas. Uma dose de 100 a 200 ml desta bebida diariamente permitia manter o nível necessário de vitamina C no corpo. Assim, a receita antiga permitiu evitar a epidemia de escorbuto na cidade sitiada.
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