Como a URSS quase construiu uma ponte nos EUA durante a Guerra Fria?

Eduard Kotliakov/Sputnik
Necessidade foi usada para criar constrangimento no rival.

A história se passa na pequena cidade de Vulcan, no estado da Virgínia Ocidental, em 1977. Apenas cerca de 200 pessoas viviam ali na época, quase totalmente isoladas do “grande território”.

Vulcan não tinha ligações de transporte com outras cidades. As pessoas tinham que cruzar uma ponte sobre o rio Tug Fork, entrando assim no estado de Kentucky, antes de seguirem caminho.

No entanto, em 1975, a velha ponte ruiu — e única maneira de chegar à “civilização” era seguindo um caminho estreito de cascalho pelos trilhos da ferrovia, usada exclusivamente para o transporte de mercadorias.

Isto não era apenas inconveniente, mas também perigoso. Um estudante chegou a perder uma perna enquanto rastejava sob vagões de carga. Além disso, a ferrovia proibiu o uso da infraestrutura.

Durante dois anos, os moradores de Vulcan pediram às autoridades que construíssem uma ponte, mas eram invariavelmente informados de que não havia verba para tal. Furiosas e desesperadas, as pessoas da região resolveram tomar medidas extraordinárias. Em setembro de 1977, apelaram aos governos da URSS e da RDA (República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental) para os ajudarem a construir a ponte.

O pedido causou um escândalo nos Estados Unidos, e a União Soviética aproveitou de bom grado a oportunidade para constranger o rival. O governo soviético anunciou que ajudaria na construção e, em 16 de dezembro de 1977, o correspondente soviético Iona Andronov visitou Vulcan.

O nível de humilhação para as autoridades norte-americanas já havia chegado ao limite. Poucas horas após a saída do jornalista, os governos da Virgínia Ocidental e de Kentucky anunciaram que destinariam fundos conjuntos para a construção — e a ponte foi enfim reaberta em 1980.

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