A tragédia aconteceu na noite de 29 de setembro de 1957, na cidade fechada de Tcheliábinsk-40 (atual Oziorsk), localizada perto da cidade de Kyshtym. Um tanque com resíduos radioativos explodiu na fábrica de produtos químicos Mayak. Ninguém morreu no momento da explosão, porque era domingo e oficialmente um dia de folga.
Muitas pessoas na área ouviram a explosão, mas não prestaram atenção, pois havia obras acontecendo simultaneamente no local. No dia seguinte, as pessoas foram trabalhar normalmente e muitas delas foram imediatamente enviadas para fazer o esclarecimento do acidente. Alguns desenterraram arbustos na rua, outros ajudaram a revestir tratores e outros equipamentos com chumbo e outros ainda limparam entulhos na fábrica.
Como resultado da explosão, uma nuvem radioativa se espalhou por uma distância de milhares de quilômetros, porém quase todo o material radioativo ficou depositado no local da usina Mayak.
Após três semanas, 23 aldeias localizadas nas proximidades das instalações foram demolidas, com as casas levadas abaixo. Todos os pertences pessoais foram enterrados em covas, pois “irradiavam radioatividade”. Os locais – cerca de 12.000 pessoas – foram reassentados em outros vilarejos, mas não foram informados do motivo pelo qual estavam sendo transferidos.
A área está ainda hoje contaminada; despovoada, continua a ser um terreno baldio com edifícios abandonados.
Uma comissão de inquérito que investigou o incidente concluiu posteriormente que a explosão ocorreu em consequência de uma violação dos procedimentos de arrefecimento dos tanques de armazenamento de resíduos, conduzindo à “secagem de uma solução de substâncias radioativas”. O diretor da instalação, que na época estava em Moscou, foi responsabilizado pelo acidente e afastado do cargo. No entanto, nenhuma outra penalidade foi aplicada, e o acidente seguiu mantido em segredo de Estado até 1989.
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