Que figuras famosas eram admiradoras de Lev Tolstói?

Russia Beyond (Foto: Hulton Archive/Getty Images; Mary Evans Picture Library/Global Look Press)
De contemporâneos a escritores do século 21, estes são alguns dos fãs mais devotos do autor de “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”.

Gustave Flaubert: gritou de prazer ao ler “Guerra e Paz”

O escritor Ivan Turguêniev enviou a Flaubert a tradução do romance épico de Tolstói. Mais tarde, em uma carta dirigida a Tolstoi, Turguêniev transmitiu os comentários de Flaubert:

“Isso é excelente! Que artista e que psicólogo! Os dois primeiros volumes são maravilhosos”, escreveu Flaubert. “Parece-me que há trechos dignos de Shakespeare! Gritei de prazer durante a leitura, e é longo! Sim, é muito forte.”

O próprio Tolstói foi influenciado por “Madame Bovary”, de Flaubert, e muitos críticos encontraram ecos da obra francesa em “Anna Karenina”.

Thomas Mann, um verdadeiro admirador

Segundo o tradutor russo de Mann, Solomon Apt, em seus últimos anos de vida, o escritor alemão gravitou em torno de Tchékhov, porém Tolstói foi “a divindade de sua juventude”.

“O mundo, talvez, não tenha conhecido nenhum outro artista em quem o épico eterno, o princípio homérico, fosse tão forte como em Tolstói”, escreveu Mann em um artigo ao centenário do escritor russo. “O poder impressionante de sua arte narrativa é incomparável”, exceto a força moral da obra de Tolstói, que Mann compara à musculatura tensa do Atlas de Michelangelo.

O escritor alemão chegou a fantasiar que a Primeira Guerra Mundial não teria começado “se no ano [de 19]14 os agudos e penetrantes olhos cinzentos do velho de Iásnaia Poliana ainda estivessem olhando para o mundo”. Para Mann, Tolstói era um homem da grande época do século 19, “um titã cujos ombros não se curvaram sob o peso de um fardo épico que esmagaria as pessoas da magra e asmática geração atual”.

Mahatma Gandhi, um “humilde seguidor” de Tolstói

O pensador indiano correspondia-se com o russo. Gandhi foi o primeiro a escrever a Tolstói que suas obras causaram uma profunda impressão em sua visão de mundo. Também enviou traduções de suas obras para Tolstói:

“Nem é preciso dizer que sua crítica a esta obra será de grande valor para mim.” E assinava as suas cartas assim: “Seu humilde seguidor”.

Os ensinamentos de Gandhi sobre resistência passiva e não violenta foram inspirados, entre outros, por Tolstói. Em sua autobiografia, o indiano admite que a leitura do primeiro livro de Tolstói, “O Reino de Deus está dentro de vós”, o “abalou” tanto que os outros livros pareciam “insignificantes em comparação com a independência de pensamento, a moralidade profunda e a sinceridade de Tolstói”. Gandhi referiu-se repetidamente a Tolstói e à sua “grande autoridade moral” em seus escritos.

Thomas Edison queria imortalizar as palavras de Tolstói

Em 1908, o criador do fonógrafo enviou uma carta de Nova York à propriedade de Tolstói em Iásnaia Poliana pedindo seu consentimento para fazer uma gravação de sua voz em inglês e francês. Edison prometeu lhe enviar equipamentos e ajudantes para realizar a tarefa.

“Você é mundialmente famoso e tenho certeza de que suas palavras serão ouvidas com ávida atenção por milhões de pessoas que não serão capazes de desobedecer ao efeito direto das palavras que você pronunciou, e graças a um intermediário como o fonógrafo, serão preservadas para sempre”.

E assim aconteceu: em 1909, representantes da empresa Graphophone gravaram a voz de Tolstói em russo, inglês, francês e alemão. Tolstói, que se animou com o gravador, leu contos de fadas e ditados sábios para crianças.

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