Nos anos de guerra, aqueles que não estavam diretamente envolvidos tentavam ajudar a frente tanto quanto podiam. Entre outras coisas, costumavam arrecadar dinheiro para construir equipamento militar para o Exército Vermelho. Em 25 de fevereiro de 1942, o jornal ‘Omskaia Pravda’ (‘Verdade de Omsk’) publicou uma carta de Ada (Adelia) Zaneguina, de seis anos, da região de Smolensk, que, juntamente com a sua mãe, tinha sido evacuada para a Sibéria.
Ada Zaneguina.
ArquivoA menina escreveu que estava economizando dinheiro para comprar uma boneca, mas decidiu doá-lo para a construção de um tanque. Ada incentivava então todas as crianças a fazerem o mesmo. “Vamos chamá-lo de Maliutka [“bebê” ou “pequenino” em russo]. Quando nosso tanque derrotar Hitler, iremos para casa”, dizia a carta.
O apelo provocou forte reação entre as crianças de Omsk. Em cartas à redação, elas contaram que sonhavam em voltar para suas cidades de origem e também estavam dispostas a doar todas as suas economias para o tanque. “Deixe nossos pais esmagarem os fascistas com tanques construídos com nossas economias”, escreveu Chura Khomenko.
Tanque leve T-60 ‘Maliutka’
ArquivoNo fim das contas, Stálin ficou sabendo da história: “Peço que entreguem às crianças em idade pré-escolar de Omsk, que arrecadaram 160.886 rublos para a construção do tanque ‘Maliutka’, minhas mais calorosas saudações e gratidão do Exército Vermelho!”.
Na primavera de 1942, o tanque leve T-60 saiu da linha de montagem. Ekaterina Petliuk, uma das poucas mulheres motoristas de tanques nas Forças Armadas Soviéticas, assumiu a direção do ‘Maliutka’.
Ekaterina Petliuk
ArquivoO tanque participou com sucesso da batalha em Stalingrado, mas, no verão de 1943, Petliuk teve que mudar para outro veículo de combate. Os vestígios do ‘Maliutka’ foram perdidos, mas, segundo relatos, teria chegado a Praga ou até mesmo a Berlim.
Trinta anos após a vitória sobre os nazistas, estudantes de Omsk encontraram uma carta da pequena Ada em uma pilha de jornais velhos. Fascinados por esta história, decidiram organizar um encontro entre Adelia Zanegina e Ekaterina Petliuk. As “duas donas do tanque” se conheceram em 19 de maio de 1975.
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