O guerrilheiro camponês idoso mais reverenciado da Segunda Guerra

Domínio público; Anton Denissov/Sputnik
Façanhas de Matvei Kuzmin estão documentadas e ele conta até com um monumento em sua homenagem em estação de metrô.

Dentro da estação de metrô Partizanskaia, em Moscou, há um monumento a um camponês com uma túnica e um bastão. O partisão Matvei Kuzmin foi o mais velho Herói da União Soviética, mas recebeu o título postumamente.

Nascido no vilarejo de Kurakino (distrito de Velikie Luki, região de Pskov), Matvei entrou na guerra quando já tinha mais de 80 anos. Ele vivia sozinho, não pertencia a um kolkhóz (fazenda coletiva), vivia da pesca e da caça e conhecia bem as florestas vizinhas. Por sua natureza solitária, recebeu o apelido de "ermitão" no vilarejo.

Monumento no metrô Partizanskaia.

Quando sua aldeia natal foi tomada pelos alemães, em agosto de 1941, Matvei ficou para trás, pois era idoso e não tinha forças para fugir para outro lugar. Em fevereiro de 1942, o comandante do batalhão alemão o chamou, aos 83 anos, e lhe ofereceu um acordo: em troca de farinha, parafina e um rifle de caça, ele deveria liderar os alemães até as posições do exército soviético perto do vilarejo de Perchino.

Matvei.

Como contou uma testemunha ao jornal “Velikolukskaia Pravda”, em 1965, a equipe alemã de cerca de 35 homens era "o grupo avançado do batalhão de esqui que tinha a tarefa de remover a escolta de combate soviética e realizar um ataque surpresa."

Matvei concordou, mas teve tempo de avisar seu neto. Na noite de 13 de fevereiro de 1942, Matvei partiu com os alemães. Enquanto liderava o destacamento pelas florestas, seu neto, Vassíli, chegou ao local onde estavam as tropas soviéticas e avisou sobre a ameaça.

O último dia de Matvei.

Quando Matvei conduziu os alemães para fora da floresta, às 7 horas da manhã, eles foram imediatamente atacados por soldados soviéticos. Conta-se que Matvei foi morto no local pelo comandante do destacamento alemão, mas, de qualquer forma, nenhum dos alemães saiu vivo.

No "Velikolukskaia Pravda" lê-se que 250 pessoas foram mortas, mas o arquivo do Ministério da Defesa indica que o destacamento era composto por 22 batedores, todos destruídos por tiros de metralhadoras soviéticas.

 O último dia de Matvei.

O escritor Borís Polevoi esteve no funeral de Matvei e, em 26 de fevereiro, o Pravda publicou um artigo intitulado "A façanha de Matvei Kuzmin", a partir do qual toda a URSS ficou sabendo sobre seu feito.

Túmulo de Matvei.

A memória de Matvei foi imortalizada várias vezes. Em 1944, foi erguido um monumento na estação "Partizanskaia" (na época, "Parque Izmailovski de Cultura e Lazer Stálin"), de autoria do escultor Matvei Maniser, que também criou as memoráveis esculturas da estação "Praça da Revolução".

Em 1953, os restos mortais de Matvei Kuzmich foram solenemente enterrados no cemitério de Velikie Luki. Em 8 de maio de 1965, no 20º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, Matvei recebeu postumamente o título de Herói da URSS.

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