Esportistas do Instituto Lesgaft em parada de esportistas.
Anatóli Egorov/MAMM/MDF/russiainphoto.ru"Um viva às mulheres, que têm direitos iguais na URSS!"
Domínio públicoAs manifestações de mulheres trabalhadoras que abalaram a Rússia no início do século 20 foram uma parte importante da Revolução Russa. Em parte, é por isso que a Rússia Soviética se tornou um dos primeiros países do mundo onde as mulheres eram completamente iguais em direitos aos homens.
"A mulher é o maior poder do Estado soviético! Votemos em filhos e filhas dignos para deputados dos Sovietes locais!"
Domínio públicoOs bolcheviques perceberam que as mulheres eram um capital social importante e que precisavam ser direcionadas através da propaganda e da educação. Era importante erradicar as ideias de que as mulheres eram o “sexo frágil” e que deviam ficar em casa com os filhos, servindo os maridos na “escravidão da cozinha”.
"Mulher trabalhadora, a cooperação a liberta do poder da cozinha e da panela do fogão!"
Domínio públicoNos primeiros meses após a Revolução de 1917, foram adotados diversos decretos que igualavam os direitos das mulheres aos dos homens em salários e em questões de família e casamento. As mulheres tinham uma carga diária de trabalho de 8 horas e passaram a ter direito à licença-maternidade.
O líder da revolução, Vladímir Lênin, defendeu pessoalmente os direitos das mulheres e, aparentemente, contava com o apoio delas. Ele apoiava as ideias de congressos e conferências de mulheres e também teve relações próximas com revolucionárias apaixonadas pelas ideias dos direitos das mulheres.
"Mulher! A alfabetização é a chave para sua emancipação!"
Domínio públicoEm 1919, no artigo "O poder soviético e a posição das mulheres", Lênin escreveu: "Em dois anos, o poder soviético em um dos países mais atrasados da Europa fez tanto pela libertação das mulheres e por sua igualdade com o "sexo forte", quanto em 130 anos não fizeram as repúblicas mais avançadas, educadas e democráticas de todo o mundo todas juntas."
“Mulher trabalhadora, esteja nas primeiras fileiras dos construtores do socialismo, eleve sua alfabetização e cultura, melhore sua qualificação”
Domínio públicoEle também dizia que "a posição das mulheres não se tornou completamente igual [à dos homens] em nenhum lugar do mundo, em nenhum dos países mais avançados", referindo-se aos países burgueses e com propriedade privada.
Além disso, escreveu que nem mesmo Grande Revolução Francesa conseguiu lidar com esse problema e "não proporcionou igualdade total com os homens perante a lei, nem a liberdade da tutela e da opressão masculinas".
Antes mesmo da Revolução, o Partido Bolchevique tinha uma comissão de informação e propaganda entre os trabalhadores e camponeses. Em 1919, foi criado no Partido Comunista o Departamento para o Trabalho com as Mulheres, conhecido entre os soviéticos como Jenotdel, cujo objetivo era "operar em conjunto com as mulheres trabalhadoras, a fim de educá-las no espírito comunista e atraí-las para a construção socialista", segundo se lê na Enciclopédia Grande Soviética.
A primeira chefe do departamento foi Inessa Armand, uma camarada de armas e, possivelmente, amante de Lênin. Ela organizava conferências de mulheres comunistas e lutava contra a visão tradicional de família entre as mulheres.
Inessa Armand.
Domínio públicoEla foi substituída, em 1920, por Aleksandra Kollontai, outra revolucionária proeminente, primeira russa a ser ministra e diplomata. Ela lutou ativamente pela educação feminina, bem como pela propaganda entre as mulheres, para que soubessem da nova ordem e das novas condições de trabalho e distribuição de responsabilidades na família na URSS.
Aleksandra Kollontai.
Domínio públicoAlém disso, o Jenotdel era responsável pela luta contra o analfabetismo entre as mulheres, organização de escolas partidárias, proteção dos direitos das mulheres, criação de decretos que regulassem esses direitos, propaganda entre as mulheres e departamentos partidários de mulheres em todo o país.
Primeira mulher policial.
Museu de História e Arte de Murom/russiainphoto.ruO Jenotdel criava comitês para ajudar soldados doentes e feridos do Exército Vermelho e, durante a Guerra Civil, organizou pontos de evacuação. As mulheres do Jenotdel cuidavam das crianças sem-teto, abriam internatos infantis e organizavam as cantinas públicas. No final da década de 1920, o Jenotdel contava com mais de 600 mil delegadas que organizavam os trabalhos do departamento em todo o país.
A artista de vanguarda Varvara Stepánova.
Aleksandr RodtchenkoSob o controle pessoal da esposa de Lênin, Nadejda Krúpskaia, começaram a ser publicadas revistas especializadas: "Trabalhadora", "Camponesa" e "Comunista". O objetivo das novas revistas era "atrair mulheres proletárias e camponesas para a luta pelo comunismo e para a construção soviética".
A complexa questão do trabalho com as mulheres gerava muita polêmica no próprio partido comunista. Os políticos soviéticos tentaram liquidar o Jenotdel diversas vezes, passando suas funções ao departamento de informação e propaganda.
Estudantes de física no laboratório.
Arquivo de Serguêi Trapitsin/russiainphoto.ruEm 1923, no 12º Congresso do Partido Comunista, que já não contava com a presença de Lênin, já doente, os comunistas levantaram o tema da "distorção do feminismo".
“Esses desvios podem contribuir para a criação das sociedades especiais que, sob a bandeira da melhoria das condições de vida das mulheres, levariam, na verdade, à segregação da parte feminina do povo trabalhador e da luta de classes em geral”, dizia o bolchevique Piotr Smidovitch.
Mulher no torno da fábrica АМО.
N. Skriábin/MAMM/MDF/russiainphoto.ruO segundo líder soviético, Ióssif Stálin, também discutiu a questão das mulheres muitas vezes, dizendo que elas eram as mais oprimidas entre os trabalhadores, que representavam mais da metade da população soviética e que deviam se tornar uma reserva de trabalho e apoiar a classe operária. Só assim seria possível derrotar a burguesia, segundo o ditador.
No entanto, no final da década de 1920, Stálin declarou que “a questão das mulheres havia sido resolvida completa e definitivamente” e ordenou o fechamento do Jenotdel. Ao mesmo tempo, os conselhos de mulheres permaneceram nas empresas.
Trabalhadoras da mina "Gorlovka".
Gueórgui Zelma/SputnikEm 1941, foi criado o Comitê Antifascista das Mulheres Soviéticas, que continuou a funcionar após a guerra. Sua principal tarefa era mostrar aos convidados estrangeiros a igualdade de gênero na URSS.
Depois da Segunda Guerra Mundial, as mulheres, que haviam lutado contra os nazistas lado a lado com os homens e mostraram um heroísmo incrível, definitivamente não eram mais consideradas o “sexo frágil” na URSS.
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