“Em nome do governo da RDA (República Democrática Alemã), anuncio solenemente: a primeira cidade socialista da República Democrática Alemã recebeu o nome Stalinstadt”, declarou Walter Ulbricht, secretário-geral do Comitê Central do Partido Socialista Unificado da Alemanha (PSUA). em 7 de maio de 1953.
7 de maio de 1953. Solenidade de nomeação da cidade. Walter Ulbricht, chefe da delegação soviética, Efanov, e o embaixador soviético na RDA, Illitchov, na tribuna.
BundesarchivO plano inicial era que a cidade de metalúrgicos fosse batizada em homenagem ao “grande filho do povo alemão” Karl Marx. Mas a morte do ditador soviético, em 5 de março de 1953, levou o PSUA a mudar de ideia e, assim, a nova cidade recebeu o nome de Stálin.
Siderúrgica.
BundesarchivApós a divisão da Alemanha em zonas de ocupação, o Vale do Ruhr, que era o centro da indústria pesada do país, passou a fazer parte da Alemanha Ocidental. Assim, a RDA ficou sem uma única empresa metalúrgica.
Trabalhadores constroem o muro de uma casa em Stalinstadt (Eisenhüttenstadt), RDA.
Global Look PressNo 3º Congresso do PSUA, em julho de 1950, os políticos alemães decidiram construir uma usina metalúrgica própria. Assim, surgiu na RDA a primeira Usina Metalúrgica "Ióssif Stálin" e, mais tarde, em seus entornos, a cidade de Stalinstadt.
Excavação, 1959.
Getty ImagesO local para a construção da usina foi escolhido às margens do rio Óder, na fronteira com a Polônia socialista. No caso da transição da Guerra Fria para uma fase “quente”, a usina estaria localizada no extremo leste da Alemanha.
Construção, 1958.
Getty ImagesEm 1 de janeiro de 1951, o ministro da Indústria Pesada da RDA Fritz Selbmann lançou a pedra fundamental do primeiro forno. O slogan da construção foram as palavras “aço-pão-paz”. Em 19 de setembro a usina foi colocada em operação.
1951, a pedra fundamental da cidade.
BundesarchivStalinstadt se tornou a primeira cidade alemã construída desde o zero de acordo com um plano geral. Ela deveria se tornar o modelo para a nova era e sociedade socialistas.
“O objetivo do planejamento urbano é a satisfação harmoniosa das necessidades humanas em trabalho, moradia, cultura e recreação”, lê-se nos “16 princípios do planejamento urbano” desenvolvidos pelo governo da Alemanha Oriental.
Stalinstadt se tornou um exemplo bem-sucedido, combinando áreas de lazer, restaurantes, cafés, creches, escolas, instalações esportivas. O paisagismo de áreas residenciais possibilitou separá-las da usina. Stalinstadt deveria se tornar modelo de um futuro brilhante, uma cidade utópica que glorificasse o bem-estar da classe trabalhadora.
Uma característica da cidade era a completa ausência de igrejas e de propriedade privada.
Em 1952, o secretário-geral do Comitê Central do PSUA Walter Ulbricht visitou a cidade para verificar pessoalmente a construção de edifícios residenciais. Ele não gostou do que viu - os apartamentos eram pequenos, os tetos eram baixos. O plano geral foi alterado e a maioria dos prédios econômicos foram substituídos pelos edifícios no estilo do Império Stalinista, ou seja, quase cópias dos prédios moscovitas da época.
O plano geral de Stalinstadt correspondia a todos os cânones das cidades da URSS: no centro ficava a praça principal com a prefeitura, da praça saía uma avenida central chamada Lênin. Áreas residenciais foram construídas em torno do centro.
Mas já em 1955, a URSS emitiu um decreto "Sobre a eliminação de excessos nos projetos da construção", que acabou com arquitetura no estilo do Império Stalinista. O orçamento para a construção das cidades, inclusive Stalinstadt, foi reduzido, muitos projetos foram simplificados, e todos os novos bairros foram preenchidos com edifícios massivos e padronizados feitos de painéis de concreto — chamados, em russo, de “panelka”.
No início dos anos 1960, iniciou-se na União Soviética a “desestalinização”, que também afetou a Alemanha Oriental. Em 1961, o nome da cidade foi alterado para o atual, Eisenhüttenstadt.
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