Confira esta gigantesca piscina aberta no centro de Moscou — mas que não existe mais

Boris Elin/Sputnik
A piscina Moskva (Moscou, em russo) foi construída no local da Catedral de Cristo Salvador, então demolida pelos bolcheviques.

Há apenas 32 anos, os moscovitas podiam nadar em uma piscina construída no local da Catedral de Cristo Salvador. A estrutura em si foi inaugurada em 16 de julho de 1960.

Construção da piscina Moskva projetada pelo arquiteto Dmítri Tchetchúlin

Antes da Segunda Guerra Mundial, havia um grande fosso com concreto no local, originalmente destinado ao Palácio dos Sovietes. No entanto, a guerra interrompeu a construção, com algumas estruturas e materiais reaproveitados para as necessidades da linha de frente. Apesar disso, a fundação seguiu intacta, coletando água da chuva ao longo dos anos. Em meados da década de 1950, foi tomada a decisão de construir uma piscina ao ar livre neste local.

A Moskva era enorme: tinha 130 metros de diâmetro, com uma superfície de água de mais de 13 mil metros quadrados. A piscina ia ficando mais funda à medida que se aproximava do centro, atingindo a profundidade de 6 metros no chamado “setor esportivo”. A forma circular foi mantida para preservar e utilizar a fundação já criada para o Palácio dos Sovietes.

Torre de mergulho de 10 metros de altura.

A piscina funcionava o ano inteiro com água aquecida, mantendo uma temperatura de pelo menos 18-22 graus Celsius, dependendo da estação.

Também apresentava uma torre de mergulho com trampolins de diferentes alturas em uma área com entrada separada, além de saunas.

Para comprar bilhetes para nadar na piscina de Moscou, os visitantes podiam ir ao guichê localizado perto da saída da estação de metrô Kropotkinskaya.

Não era necessário atestado médico para nadar na piscina e havia opções de aluguel de trajes de banho, sungas, chinelos, toucas, máscaras e snorkels.

A qualidade da água da piscina era monitorada constantemente, com testes diários, além de cloração para garantir as condições sanitárias.

Crianças em idade escolar durante aula de natação.

Ocasionalmente, o surgimento de algas na água exigia que a piscina fosse fechada para limpeza. No entanto, o principal problema com a piscina ao ar livre no centro de Moscou era o vapor — particularmente evidente nos meses de inverno, quando uma enorme nuvem de vapor subia da água aquecida.

Nadar em tais condições era considerado perigoso por muitos, pois a pouca visibilidade acima da água dificultava a visão de uma pessoa se afogando. Isso criava certo risco para os visitantes e inibia o trabalho dos salva-vidas.

Lendas urbanas começaram a surgir em Moscou após a abertura da piscina, o que prejudicou sua reputação. Circulavam rumores de que pessoas se afogavam na piscina, sobretudo no inverno. Houve até alegações de que uma “seita do afogamento” queria vingança pela construção no local da catedral.

Também houve boatos de que a piscina estava causando corrosão em prédios vizinhos e colocando em risco as exposições no Museu Púchkin nos entornos.

Após a queda da União Soviética, em 1991, os preços da água e da eletricidade dispararam, tornando a manutenção da piscina inviável.

Além disso, surgiu um movimento público pedindo a restauração da catedral que havia sido destruída em 1931.

A piscina permaneceu abandonada por diversos anos após ter sua água drenada e acabou sendo oficialmente fechada em 1994. Em seu lugar, decidiu-se restaurar a catedral que fora implodida pelos soviéticos. Em 7 de janeiro de 1995, foi lançada a fundação da catedral no local da piscina Moskva.

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