Antes da Revolução, não só os imperadores, mas também seus parentes viviam em palácios construídos pelos melhores arquitetos do mundo à época. A maioria dos palácios sobreviventes fica em São Petersburgo, mas também há residências da família imperial em cidades da Europa e da Ásia atual.
1. Palácio de Inverno em São Petersburgo
Até 1904, o mais famoso palácio da família Romanov foi residência do imperador (mais tarde, ela foi transferida para o Palácio de Alexandre, em Tsárskoe Selô) e durante a Primeira Guerra Mundial abrigou um hospital militar.
Ele foi construído em meados do século 18 com projeto do arquiteto italiano Bartolomeo Rastrelli e contava com mais de 1.000 quartos. Após a Revolução de fevereiro de 1917, o Governo Provisório foi instalado no Palácio de Inverno, mas não ficou lá por muito tempo: em novembro, foi tomado de assalto por soldados e marinheiros revolucionários.
A família Romanov em 1913.
Domínio públicoEm 1920, o Museu da Revolução foi inaugurado ali e, um ano depois, os enormes salões do Palácio de Inverno foram ocupados por pinturas e exposições de arte do Museu Estatal Hermitage, já que anteriormente elas ficavam nos anexos do palácio. Hoje, ele é um dos museus mais visitados e mais lindos do mundo!
2. Palácio de Vladímir, em São Petersburgo
Existem 20 palácios do grão-duque apenas em São Petersburgo. A grã-duquesa Maria Pávlovna foi uma das poucas representantes da família real que conseguiu fugir para o exterior depois que a monarquia foi derrubada (e até mesmo mandar todas as joias de sua casa para fora do país). Seu marido, o grão-duque Vladímir Aleksandrovitch (tio de Nicolau 2°), morreu em 1909, mas Maria Pávlovna morava no palácio da família na avenida Dvortsovaia.
Maria Pávlovna.
Domínio públicoO edifício, datado de 1870, era tão luxuoso que ficou conhecido como "pequena corte imperial". Sua fachada parece a de um palácio italiano. Em 1920, a Casa dos Cientistas foi instalada ali e na atualidade ela é um museu aberto a visitação. Aliás, monogramas antigos com a letra russa "B" (em russo, que soa como "V" e remete a “Vladímir”) sobreviveram nas paredes até hoje, assim como as decorações de algumas das partes interiores.
3. Palácio da Grã-Duquesa Ksênia Aleksándrovna, em São Petersburgo
O palácio na avenida marginal Moika foi um presente de casamento de Nicolau 2° a sua irmã. Os quartos foram decorados com lareiras requintadas, tetos moldados e painéis de carvalho com ornamentos florais.
Xenia Alexandrovna, 1910.
Domínio públicoEm 1919, a Universidade de Educação Física Lesgaft foi transferida para o prédio. Os portões do palácio, com o monograma da grã-duquesa, se mantiveram bem preservados.
4. Palácio Anitchkov, em São Petersburgo
O Palácio Anitchkov, construído com base em projeto de Rastrelli em meados do século 18, é um dos edifícios mais antigos da Nevski Prospekt (Avenida Nevski). Herdeiros do trono e membros próximos da família imperial viviam no palácio.
Um de seus últimos residentes foi Maria Feodorovna, mãe de Nicolau 2°. O imperador também passou sua infância ali. Aliás, Nicolau 2° gostava muito mais do Palácio Anitchkov que do Palácio de Inverno e passou grande parte de seu tempo lá, mesmo depois de ter subido ao trono.
Maria Feodorovna.
Domínio públicoApós a Revolução, o palácio imperial foi transformado em Palácio dos Pioneiros (movimento equivalente ao dos escolteiros na URSS) e hoje se chama Palácio da Criatividade Juvenil. Ele também está aberto à visitação.
5. Palácio de viagem de Pedro, em Moscou
Além do Palácio do Kremlin, Moscou tinha outra residência da família Romanov: o “palácio de viagem de Pedro”, no norte da cidade. Ele foi originalmente construído pelo arquiteto Matvêi Kazakov, no final do século 18, como uma parada para os herdeiros do trono que vinham de São Petersburgo para a coroação.
O palácio neogótico lembra um castelo medieval. Até recentemente, ele era fechado ao público: depois da Revolução, abrigou a Academia de Engenharia da Força Aérea (onde Iúri Gagárin se formou).
O palácio foi transferido para a jurisdição da cidade de Moscou em 1997, restaurado e aberto a visitas. Hoje, não é possível apenas ver os interiores restaurados dentro do edifício, mas também passar a noite ali ou dar um passeio no parque histórico.
6. Palácio de viagem do imperador, em Tver
Outro palácio do gênero fica em Tver. Ele também foi fundado em meados do século 18 e projetado como um lugar para que membros da família real descansassem durante viagens. Ao mesmo tempo, um príncipe de linhagem imperial residia permanentemente ali.
O palácio era o centro da alta sociedade de Tver: noites literárias, bailes e conversas aconteciam ali - em outras palavras, era um local altamente moderno. Depois da Revolução, o comitê executivo de Tver foi instalado no prédio e, hoje, ali há uma galeria de fotos.
É fascinante ver não apenas as fotos, mas também a arquitetura do local: a edificação, os estábulos, os edifícios auxiliares, o jardim e o conservatório.
7. Palácio de Alexandre 3°, em Massandra
A Crimeia era o destino de férias preferido da família tsarista e de seu círculo próximo, e várias mansões muito interessantes do ponto de vista arquitetônico sobreviveram ali.
O Palácio Massandra, não muito longe de Ialta, datado do final do século 19, assemelha-se a um castelo de cavaleiros: é adornado com torres em espiral, varandas com colunas talhadas e "esfinges" com cabeças femininas.
Ao mesmo tempo, não há salas cerimoniais ali. Depois da Revolução, foi instalado um sanatório para tuberculose ali, que perdurou até 1941. Posteriormente, tornou-se uma dátcha do governo para líderes soviéticos.
Alexandre III.
Domínio públicoEm 1992, o palácio foi transformado em museu (as visitas geralmente misturam-se com degustações de vinhos locais). Apenas as molduras das janelas e os pisos permaneceram originais ali.
8. Palácio de Livadia, na Crimeia
O último palácio da família Romanov foi construído para Nicolau 2°, em Livadia, em 1911. Mas ele só conseguiu ficar ali quatro vezes. Naturalmente, Livadia não podia competir com o Palácio de Inverno: havia apenas 116 quartos e alguns anexos.
Ao mesmo tempo, o edifício era muito moderno: tinha aquecimento central, telefone e até elevador. O esquema de iluminação também era muito interessante para a época. O teto da sala de jantar cerimonial não tinha lustres: em vez disso, o arquiteto escondeu mais de 300 luzes em todo o perímetro da sala.
Foi justamente o Palácio de Livadia que sediou a Conferência de Ialta, entre os líderes dos Países Aliados, em fevereiro de 1945. Hoje, há um museu ali.
Medalhões com as iniciais da família Romanov sobreviveram ali, junto com uma enorme porta de entrada e um piano de cauda alemão branco que as filhas de Nicolau 2° tocavam. Uma rota turística, o Caminho do Tsar, passa pelo terreno da propriedade, proporcionando cerca de seis quilômetros de vistas pitorescas do Mar Negro e de Ialta.
9. Palácio Dulber, em Koreiz
Ao olhar para este palácio, é possível acreditar que se está em um dos países do Norte da África. Dulber era a residência de um neto de Nicolau 1°, o grão-duque Pedro Nikolaevitch. Ele foi construído no final do século 19 pelo arquiteto Nikolai Krasnov (que projetou o Palácio Livadia), seguindo os planos do Grão-Duque, que viajou muito pelo Oriente Médio.
O palácio, de estilo mourisco, era adornado com cúpulas prateadas e citações do Alcorão. Outros netos de Nicolau 1° foram morar em Dulber após a Revolução: os grão-duques Alexandre Mikháilovitch e Nicolau Nikolaevitch, assim como a imperatriz viúva Maria Feodorovna (mãe de Nicolau 2°).
Grão-duque Pedro Nikolãevitch.
Domínio públicoEm 1919, eles deixaram a Crimeia a bordo de um cruzador britânico e, assim, fugiram do perigo. Logo depois, o Palácio Dulber foi rebatizado de Spa Bandeira Vermelha, onde os líderes do Partido Comunista iam para descansar. Hoje, o spa é aberto ao público.
10. Palácio do Grão-Duque Nicolau Konstantínovitch, em Tashkent
O Grão-duque Nicolau Konstantínovitch, irmão mais novo do imperador Alexandre 3°, foi enviado para o Turquestão, nos limites do império, no final do século 19, devido a um escândalo familiar.
Em Tashkent (atual capital do Uzbequistão), ele teve permissão para construir um palácio. A extraordinária mansão construída em tijolos no estilo oriental guarda muitas reminiscências da época: desde uma escada em espiral de ferro fundido a castanheiros e carvalhos no jardim.
Grão-duque Nicolau Konstantínovitch
Domínio públicoO grão-duque morreu de infecção pulmonar, no início de 1918, legando o palácio à cidade. Após sua morte, a edificação abrigou um Palácio dos Pioneiros e um museu de antiguidades. A partir de 1992, o prédio passou a funcionar como recepção do Ministério das Relações Exteriores, mas ele também está aberto a visitação turística.
11. Palácio em Likani, Borjomi
O neto de Nicolau 1°, grão-duque Nicolau Mikháilovitch, era extremamente rico e tinha uma lista de propriedades que incluía o Palácio Novo-Mikháilovski, em São Petersburgo, propriedades em várias regiões da Rússia e este palácio em Borjomi (hoje, cidade turística na Geórgia).
Ele usava a propriedade do final do século 19 e decorada à moda mourisca como dátcha de verão. Existe um grande parque no terreno do palácio e uma nascente de água mineral.
Após ser nacionalizado, o palácio em Likani tornou-se uma dátcha estatal para líderes soviéticos e, depois, georgianos. O palácio hoje abriga um museu.
Grão-duque Nicolau Mikháilovitch.
Domínio públicoAntes mesmo do início da Primeira Guerra Mundial, o grão-duque previu a queda da monarquia na Rússia, e morreu na Fortaleza de Pedro e Paulo, em 1919, junto com seu irmão e seus primos.
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