Rio de Janeiro ganha monumento ao explorador russo Bellingshausen

Andrêi Ulínkin
Navegador também foi homenageado com estátua em Montevidéu em 2016 e na Antártica, em janeiro de 2020.

Uma estátua ao líder da expedição russa de circunavegação antártica Fabian Gottlieb Thaddeus von Bellingshausen (conhecido em russo como Faddei Bellingshausen, 1778-1852) foi inaugurada no Rio de Janeiro na última quinta-feira (30 de setembro). A cerimônia contou com a presença de funcionários da prefeitura do Rio e da Marinha do Brasil, além de diplomatas russos e estrangeiros.

“Este é um dia simbólico. Inauguramos o primeiro monumento no Rio de Janeiro a um expoente da história russa. Apoiamos os esforços das ONGs russas que visam a preservar a memória desta importante figura histórica nas terras amigas do Brasil. Este evento é mais um passo para o conhecimento mútuo da história de nossos povos”, disse o embaixador russo Aleksêi Labetski durante o evento, segundo a agência de notícias russa Tass.

“O monumento será outro marco de nossa cidade. Em nome do prefeito, gostaria de lhe agradecer mais uma vez por tal presente”, declarou, por sua vez, a chefe da Secretária Municipal de Conservação do Rio, Ana Laura Valente Secco Freire.

No encerramento da cerimônia, o pároco Inokénti Denschikov, da catedral ortodoxa russa de Santa Zenaide, no bairro de Santa Teresa, abençoou a estátua de bronze e a plateia.

Terceiro monumento ao explorador

O monumento a Fabian Bellingshausen está localizado sobre um pedestal de pedra próximo ao aeroporto Santos-Dumont, no centro da cidade, em frente à Marina da Glória.

O presidente do Instituto Bering-Bellingshausen, Serguêi Brilev, declarou anteriormente que o local foi escolhido a dedo: o local é onde o navio do navegador esteve atracado.

Seguindo o planejamento, a instalação do monumento ocorreria em janeiro de 2021, para marcar o 200º aniversário da expedição antártica, liderada pelo almirante. Entretanto, devido à pandemia do coronavírus, o transporte e instalação do monumento foram adiados. A estátua foi apresentada em setembro de 2020 e aguardava embarque para o Brasil na sede da Sociedade de História Militar Russa.

Este é o terceiro monumento a Bellingshausen do instituto. Em 2016, uma estátua do explorador foi instalada na capital uruguaia de Montevidéu e, em janeiro de 2020, na estação russa Bellingshausen, na Antártica.

Descobridor da Antártica

Bellingshausen (nascido Fabian Gottlieb Benjamin von Bellingshausen, filho de alemães do Báltico) viveu entre 1778 e 1852 e foi navegador russo, almirante e um dos descobridores da Antártica.

Membro ativo da Sociedade Geográfica Russa, tinha origem alemã e era descendente de uma família nobre de Ostsee. Em 1789, ele entrou para o corpo de cadetes navais em Kronstadt. Entre 1803 e 1806, Bellingshausen participou da primeira viagem de volta do mundo do navio russo “Nadiêjda”, comandada por Ivan Kruzenchtern.

Entre 1819 e 1821, ele foi o chefe da expedição antártica ao redor do mundo. Ela foi realizada pelas embarcações “Vostok” e “Mirni” — a última, comandada por Mikhaíl Lázarev. Durante a expedição, foi descoberta a Antártica, em 28 de janeiro de 1820, e cerca de 30 ilhas, recolheu-se material inédito, hoje mantido na Universidade de Kazan, e registraram-se em desenhos espécies da flora e fauna antártica.

 

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