6 histórias que mostram as personalidades dos imperadores russos

Kira Lissítskaia (Foto: Windsor Castle; kokouu/Getty Images)
Nenhuma das anedotas aqui contadas foi provada, mas elas fazem os inflexíveis imperadores russos parecerem quase “fofos”.

Pedro, o Grande

Pedro, o Grande, fazia tudo rápido: andava rápido, pensava rápido e geralmente levantava muito cedo. Quando um novo enviado prussiano foi enviado a São Petersburgo, Pedro o convidou à corte para uma audiência às quatro da manhã. Mas o embaixador chegou com uma hora de atraso, às 5, quando o imperador já tinha saído para supervisionar as obras nos navios ndo almirantado. O enviado precisou ir para lá, já que tinha assuntos muito urgentes.

Quando ele chegou ao Almirantado, Pedro estava no topo do mastro de um navio em construção. "Se ele não conseguiu me encontrar na hora marcada na sala de audiências, que tenha o cuidado de subir até aqui", disse Pedro. Para apresentar suas credenciais, o enviado não teve escolha a não ser subir a escada de corda e se apresentar a Pedro, sentado em um mastro trêmulo.

Catarina, a Grande

Catarina 2° era conhecida por sua falta de expressão. Certa vez, durante um jantar na corte, ela pediu a Vassíli Tchitchagov, um comandante naval experiente, que contasse histórias de seus anos de batalha. Tchitchagov começou com entusiasmo, depois se empolgou, começou a gritar, a acenar com as mãos e a usar uma linguagem obscena, comum entre os marinheiros.

Pelos olhares de espanto nos rostos dos outros cortesãos presentes, Tchitchagov entendeu o que tinha feito e implorou à imperatriz que o perdoasse por usar essas palavras em sua presença. A isso, ela respondeu: “Tudo bem. Por favor, continue! Eu não não entendo sua linguagem naval mesmo! ”

Certa vez, Catarina jogava cartas com o conde Aleksandr Stroganovm, que estava perdendo feio. Por fim, o conde levantou-se com raiva, jogou suas cartas na mesa e disse enfurecido para a imperatriz: “É impossível jogar com você! Você pode perder tudo o que quiser, você tem crédito infinito! Imagine como estou me sentindo!” O general Nikolai Arkharov, que também estava à mesa, começou a repreender Stroganov por gritar com a imperatriz, algo inaceitável. "Calma, Nikolai Petrovitch", disse Catarina ao general, "jogo cartas com Stroganov há 50 anos e isso acontece todas as vezes."

Alexandre 1°

O imperador Alexandre era um homem muito reservado e, às vezes, inseguro. Ele proibiu, por exemplo, que seus súditos usassem óculos no tribunal porque ele próprio tinha problemas de visão e se sentia ofendido que os outros pudessem ver melhor que ele — que não usava óculos porque achava que eles o faziam parecer mais velho.

De vez em quando, Alexandre pregava uma peça em si próprio. Certa vez, durante o treinamento militar, ele enviou o príncipe Piotr Lopukhin, um jovem muito bonito, mas ríspido, para receber uma mensagem de um dos regimentos. Quando Lopukhin voltou e relatou ao imperador, Alexandre entendeu que o jovem príncipe havia misturado tudo. “Eu sou ainda mais idiota”, disse, “por ter enviado você”.

Nicolau 1°

Durante o reinado de Nicolau 1°, qualquer tipo de insulto ao imperador era crime. Certa vez, um soldado chamado Agafon Suleikin se embriagou em uma taverna e cuspiu no retrato do imperador que estava pendurado na parede. O caso foi denunciado e Nicolau 1° ficou sabendo.

Em vez de enviar o soldado para a Sibéria, Nicolau 1° ordenou: “Anuncie a Agafon Suleikin na frente de todo o seu regimento que cuspi nele também. E como esse infeliz bêbado não sabia o que estava fazendo, declaro o caso encerrado. Além disso, pendurar retratos reais em tavernas está proibido de agora em diante.”

Alexandre 3°

Alexandre 3° se preocupava muito pelo fato de ter sangue alemão e falar russo com forte sotaque germânico. Certa vez, ele ouviu um boato no tribunal de que Paulo 1°, seu bisavô, poderia ter nascido como resultado do caso de sua mãe, Catarina 2°, com o conde Serguêi Saltikov (1726-1765), já que seu marido, Pedro 3°, era, possivelmente, impotente.

Quando Alexandre 3° se tornou imperador, ele perguntou aos ministros da corte se o boato era verdadeiro. "Sim, evidentemente!", disseram alguns. "Graças a Deus!”, respondeu então o imperador”. “então há pelo menos um pouco de sangue russo correndo em minhas veias!"

Nicolau 2°

O último imperador russo, Nicolau 2°, não conhecia muito a vida como ela é. Diz uma anedota que certa vez ele caminhava na floresta e ouviu um barulho estranho e repetitivo. "Que som é esse?", perguntou a alguém no cortejo. "Isto é o canto do cuco!", responderam. “Engraçado, este pássaro parece um relógio no meu palácio”, observou então Nicolau.

Outro rumor era o de que em uma visita de Nicolau 2° à cidade russa de Níjni Nôvgorod, em 1896, ele visitou a feira local, onde fora apresentada a mais recente invenção agrícola: esterco artificial. Nicolau II aprovou a tecnologia, mas observou: “Mas para produzir esterco artificial as vacas precisam de feno artificial, não?”

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