Quer saber o que fazer com jornal velho para não jogá-lo fora? Pergunte aos soviéticos

Geórgi Lipskerov/MAMM/MDF
Os soviéticos nunca jogavam nada fora, sempre achando que as coisas teriam a devida utilidade um dia...

Se por acaso algum dia você se hospedasse com uma família soviética, ficaria surpreso ao descobrir quanto jornal eles conseguiam juntar. Acontece que eles tinham uma porção de usos para aquilo que hoje a gente só usa para ler no próprio dia e, posteriormente, embrulhar peixe na feira ou fornecer um sanitário aos cães de estimação!

  1. Base sob o papel de parede

Não é segredo que a qualidade das paredes em edifícios residenciais está longe do ideal, mas é preciso fazer algo para tocar a vida. Ninguém pintava as paredes, em primeiro lugar, porque era preciso que elas estivessem planas — e nunca estavam — e, em segundo, porque o papel de parede ajudava a aquecer o ambiente durante o inverno.

Antes, não havia uma grande variedade de materiais para reforma e os papéis de parede eram bastante simples, feitos de papel. E era aí que os jornais ajudavam: eles eram colados em qualquer tipo de superfície, escondendo imperfeições e seguravam bem o papel de parede.

E, para não sujar o chão com cola, também se cobria o assoalho com jornais. A cola, aliás, também era feita em casa, com amido.

  1. Secador para sapatos

Os secadores elétricos eram novo na URSS e os soviéticos se viravam sem eles de modo mais ecológico. Para secar sapatos, por exemplo, eles enchiam o bico do calçado com jornais velhos e deixavam ali até de manhã.

Assim, o jornal absorvia perfeitamente a umidade e não deixava o sapato deformar. Se o calçado estivesse encharcado, porém,  era preciso trocar os jornais de tempos em tempos.

  1. Acelerador de amadurecimento de frutas

Esta velha dica é conhecida dos trópicos: para que as frutas amadureçam e não apodreçam ainda verdes, basta embrulhá-las em uma folha de jornal e deixá-las em um local à temperatura ambiente e escura por um dia.

É claro que os soviéticos não tinham acesso a muitas frutas “exóticas” (como bananas, que hoje abundam nos supermercados russos), por isso o método era usado principalmente com maçãs e peras, que eles traziam de suas datchas (as casas de campo russas). Seguindo o método, frutas pequenas podem ser embaladas em grandes quantidades, enquanto é melhor embalar individualmente as frutas maiores.

  1. Origami soviético
Sergei Subbotin/Sputnik

Todo soviético em idade escolar conhecia a arte japonesa de dobrar papel para criar formas, o origami. Mas  eles não faziam cegonhas ou bonsai, e sim em coisas mais práticas como chapéus de papel —bons para proteger a cabeça da tinta em uma reforma ou em passeios sob o sol forte.

Na primavera, qualquer criança podia fazer um barquinho de papel e jogar “batalha naval” — fosse em um lago ou em uma poça próxima.

  1. Limpador de janelas

O que fazer se acabar o produto de limpeza de janelas? Isso mesmo, usar um jornal, de preferência em preto e branco. Todos os soviéticos sabiam a receita para deixar as janelas tinindo: molhá-las com uma solução de sabão, enxaguar com água limpa e depois secar bem com jornal. O segredo é simples: o jornal é ótimo para absorver a umidade e não deixa rastros.

  1. Aquecedor

Pode parecer estranho, mas os jornais eram usados frequentemente no frio entre os sapatos e as meias de lã. Isso porque o jornal absorvia a umidade, evitando que os pés congelassem.

Na cozinha, ele mantinha o calor da mesma forma. Para que a panela ou um recipiente de comida permanecesse quente, eles eram embrulhados com alguns pedaços de jornal. O efeito é semelhante ao de uma garrafa térmica.

  1. Forma

Você se lembra daqueles chapéus de pele que eram o símbolo da URSS e da Rússia? Para evitar que eles deformassem, precisavam ser guardados em formas especiais. O truque soviético era simplesmente encher o chapéu de jornal, do mesmo jeito que se fazia com as botas!

LEIA TAMBÉM: 6 hábitos da URSS que os russos não conseguem largar

Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.

Leia mais

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies