Que países conquistaram a Rússia?

História
GUEÓRGUI MANÁEV
Em toda a história do país, que tem mais de um milênio, apenas um Estado conseguiu efetivamente subjugar a Rússia.

Quanto a inimigos que tentaram invadir e conquistar a Rússia, trata-se de um período de cerca de mil anos e várias "Rússias" diferentes, incluindo a Rus Antiga, o Czarado da Moscóvia, o Império Russo e a União Soviética.

Os inimigos também vieram de diferentes formas: um Estado militar do Norte, um império distante do Leste, vários tiranos loucos com ambições de dominação mundial. Todos eles falharam em conquistar a Rússia. Abaixo Rússia Beyond compila e analisa apenas as tentativas mais ultrajantes - já que mencionar cada guerra com a participação da Rússia poderia levar uma eternidade!

1. Império Mongol

Centenas de milhares de guerreiros mongóis, liderados por Batu Khan, neto de Genghis Khan, invadiram as terras russas entre os anos de 1220 e 1230. Entre 300 mil e 600 mil guerreiros mongóis sufocaram a defesa das terras feudais russas.

Os príncipes russos, naquela época, estavam desunidos devido às eternas ao trono de Kiev. Assim, não obtiveram sucesso revidando.

Entre os anos de 1237 e 1238, Moscou e Vladímir, cidades poderosas da Rússia central, foram sitiadas e tomadas pelos exércitos mongóis. As terras da Rus foram saqueadas e sua população diminuiu drasticamente.

Em 1240, Khan Batu conseguiu tomar controle sobre Kiev. Mas logo os mongóis deixariam o território russo e retrocederiam. Os príncipes russos foram forçados a obedecer aos khans do Império Mongol e a pagar-lhes tributos substanciais. Os guerreiros russos tiveram que participar de várias campanhas militares lideradas pela Horda de Ouro, que fazia parte do Império Mongol.

Após quase um século, em 1380, o príncipe de Moscou, Dmítri Donskôi, derrotou o exército tártaro-mongol no campo de Kulikovo, e exatamente um século depois, em 1480, durante o reinado do primeiro Grão Príncipe de Moscou, Ivan, o Grande, terminou a opressão exercida pela Horda de Ouro.

2. Lituânia

As terras da Lituânia fizeram fronteira com as russas ao longo da toda a história dos países e, antes do século 12, o povo lituano sempre pagou tributos aos príncipes russos. No início do século 13, a Lituânia se tornou um Estado mais forte e iniciou ataques regulares contra o território russo, tomando controle sobre a cidade de Smolensk, 400 quilômetros a oeste de Moscou, por um curto período. Na década de 1240, foi formado o Grão-Ducado da Lituânia que continuou as guerras contra os ducados russos.

Entre 1368 e 1370, o exército lituano sitiou Moscou e, em 1402, com a ajuda do exército polaco, a Lituânia tomou novamente Smolensk, que permaneceu sob seu controle até 1522.

Durante o reinado de Ivan, o Terrível (1533-1584), o Czarado da Moscóvia começou a guerra contra a Lituânia, a Confederação da Livônia, a Polônia, a Suécia e a Dinamarca. Esse conflito armado recebeu o nome "Guerra da Livônia", e terminou de forma lamentável para a Rússia: o tsar russo foi obrigado a entregar todos os seus ganhos territoriais à Comunidade Polaco-Lituana. Assim, surgiu a República das Duas Nações, conhecida também como Primeira República da Polônia.

3. República das Duas Nações

A Primeira República da Polônia, também conhecida como Rzeczpospolita ("república", em polaco), começou sua história com guerras bem-sucedidas contra a Rússia. Entre 1609 e 1618, durante a grave crise política e dinástica da Rússia, a República das Duas Nações invadiu a Rússia.

O exército polaco, liderado por Stanislaw Zolkiewski, tomou Smolensk, Moscou, barricou-se no Kremlin e ficou lá até ser expulso pelo Segundo Exército Voluntário Russo de Mínin e Pojárski.

Entre os anos de 1617 e 1618, a Rússia resistiu com sucesso a outro ataque do exército da República, que, dessa vez, foi liderado por seu rei, Wladyslaw 4° Waza.

As guerras continuaram durante o século 17, quando a Rússia finalmente conseguiu tomar controle sobre as terras de Kiev e Smolensk.

Mais tarde, a Polônia conseguiu invadir a Rússia novamente, como parte do exército de Napoleão, mas tornou-se uma parte do Império Russo que sempre considerava a Rússia como um Estado ocupante.

Entre 1918 e 1921, a Polônia também guerreou contra a Rússia soviética, o que resultou no estabelecimento da fronteira polaco-soviética – quer era semelhante à estabelecida no século 17.

4. Suécia

A partir do século 11 (quiçá até antes), os reis suecos lutaram contra a república de Nôvgorod, uma cidade-Estado russa, mas não contra a Rússia como um todo. Quando Ivan, o Terrível, conquistou Nôvgorod e a tornou parte da Rússia, a Suécia tornou-se um de seus principais inimigos, sempre tentando conquistar as terras da região contemporânea de São Petersburgo, então chamadas de terras da Ingria.

Essas terras foram causa de numerosos conflitos entre a Rússia e a Suécia entre os séculos 15 e 17, mas a principal guerra aconteceu durante o reinado do primeiro imperador russo, Pedro, o Grande.

A Grande Guerra do Norte (1700-1721) foi um conflito de grandes dimensões no qual a Suécia lutou contra muitos Estados europeus liderados pela Rússia. O motivo da guerra foi o controle sobre o território do Báltico.

Os suecos começaram por invadir a Rússia, mas foram destruídos na Batalha de Poltava (1709). Em 1718, foi morto Carlos 12, o rei sueco, o que levou a um eventual declínio do poder sueco.

Em 1721, de acordo com o Tratado de Nystad, a Rússia passou a dominar as terras da Estônia, Livônia, Ingria e sudeste da Finlândia. Durante a guerra, foi fundada a cidade de São Petersburgo, a nova capital russa. No entanto, a Suécia manteve a maior parte do território da Finlândia até 1809.

5. França

O enorme projeto de dominação mundial de Napoleão Bonaparte inevitavelmente tropeçou no Império Russo. No início, Napoleão derrotou o exército russo em 1805, na Batalha de Austerlitz. Depois disso, ele continuou a criar um "sistema continental", subjugando Estados europeus e criando governos-fantoches.

Em 1808, Napoleão assinou um acordo de paz com a Rússia. Mas, depois de várias tentativas fracassadas de casar-se com alguma princesa russa, Napoleão começou a falar abertamente sobre a necessidade de "esmagar a Rússia". O Imperador Aleksandr recusou-se a apoiar o bloqueio continental do comércio britânico, encorajado por Napoleão.

Em 1812, após vários anos de preparativos, começou a Grande Guerra Patriótica. Napoleão atacou a Rússia, mas sem apoio da Suécia ou do Império Otomano.

O exército unido europeu-francês contava com cerca de 600 mil soldados contra cerca de 400 mil soldados russos. Napoleão conseguiu tomar controle sobre uma parte imensa do território russo e queria acabar a guerra o mais rápido possível.

No entanto, devido a problemas com logística, já em outubro de 1812, após conquistar Moscou, o Imperador francês entendeu que seu exército estava encurralado, sem comida ou alojamento, no território russo às vésperas do inverno.

Após três tentativas fracassadas de fazer um tratado de paz, o exército de Napoleão começou a fugir e foi completamente destruído pelos russos. A Rússia tomou de volta sob seu controle todos os seus territórios, seguiu Napoleão até Paris e ajudou a destruir seu império.

6. Império Otomano (Turquia)

O Império Russo e a Turquia têm a mais longa história de conflitos militares. No total, os dois países estiveram em guerra oficialmente durante 69 anos, mas os conflitos se estenderam por 351 anos (1568-1918).

Houve 12 grandes guerras russo-turcas, das quais a Rússia ganhou 7, perdeu 3 e, em 2 casos, não houve vencedor. As guerras foram predominantemente causadas por disputas pelo controle sobre o Norte do Mar Negro, o Norte do Cáucaso e o Estreito Turco.

Durante a maior parte dos conflitos, a Turquia não tomou controle sobre territórios russos, já que o Império Otomano estava ocupado a proteger suas próprias terras da Rússia - a qual buscava controlar o Mar Negro.

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