5 fatos incríveis que aconteceram na Praça Vermelha de Moscou

História
ALEKSANDRA GÚZEVA
Da aterrissagem de um avião alemão em 1987 até um artista que pregou o saco escrotal em 2013, a gloriosa praça russa já viu de tudo.

Desde os tempos antigos, a Praça Vermelha é um dos principais locais de comércio de Moscou. Ali, em Lobnoie Mesto, liam-se importantes decretos tsaristas e o povo se reunia para ouvi-los, além de, por vezes, assistir a execuções. Tanto que a frase "Lobnoie Mesto" tornou-se uma expressão popular para “forca”.

Durante o período soviético, quando Moscou se tornou capital novamente, a Praça Vermelha se tornou o palco de paradas e cerimônias oficiais do Estado. A grande parada dedicada à vitória russa na Segunda Guerra Mundial ainda é realizada ali, em grande pompa, todo os anos em 9 de maio.

Situada fora das muralhas do Kremlin, a Praça Vermelha é um local estratégico. Ali, existem muitas proibições, uma porção de câmeras de vigilância e, como rezam os boatos, agentes de serviço especial em trajes civis.

Mas ali também ocorreram eventos que nem os melhores agentes de segurança puderam evitar.

1. O pouso de um avião alemão

No final da Guerra Fria, em 1987, um piloto alemão amador causou furor: sem nenhuma autorização, ele pousou seu avião na ponte Bolshoi Moskvoretski, que levava à Praça Vermelha, e chegou até a Catedral de São Basílio dentro da aeronave, estacionando-a ali.

Depois de ter alugado uma aeronave leve em Helsinque, ele conseguiu atravessar a fronteira soviética sem ser avistado pelos radares. Assim, quando ele foi interceptado, os comandantes militares soviéticos foram prudentes: não queriam abater um avião civil e se limitaram a seguir seu trajeto, perdendo-o depois de vista.

Emergindo da cabine, Mathias Rust começou a dar autógrafos, mas só uma hora depois ele já estava preso, acusado de vandalismo, infração das leis de aviação e cruzar a fronteira soviética sem autorização.

Ele passou mais de um ano na prisão. Mais de dois mil oficiais foram demitidos por não terem impedido o ocorrido. Para saber mais, leia aqui.

2. A liberdade do palavrão

Em 1991, jovens artistas do movimento ETI ("Expropriação do Território de Arte", em russo “Ekspropriatsia territori iskusstva”) formaram com seus próprios corpos na Praça Vermelha a célebre palavra de três letras que é um palavrão em russo denotando o órgão masculino.

Um dos organizadores da performance foi Anatóli Osmolovski, um dos fundadores da arte performativa em Moscou nos anos 1990.

A performance não durou muito: cerca de um minuto antes de a polícia levar todos os participantes para uma delegacia.

A ação tinha a intenção de ser um protesto contra a proibição do uso de palavrões em lugares públicos. Depois disto, os artistas performáticos receberam apoio de expoentes do mundo cultural cujas obras continham profanidades.

3. A luva do desafio

Em 1995, o artista performático Aleksandr Brener (que em 1997 manchou uma pintura de Malevitch em Amsterdã) decidiu desafiar o primeiro presidente russo, Boris Iéltsin, a lutar com ele.

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Em um dia gelado de fevereiro, o mês mais frio do temível inverno russo, Brener se apresentou na Praça Vermelha usando luvas de boxe e shorts e começou a gritar "Iéltsin, venha aqui fora!"

A "ação" entrou para a história com o nome de “Primeira Luva” e foi um protesto contra o envio de tropas para a Tchetchênia por ordem de Iéltsin.

Como recorda o galerista Marat Guêlman, que ajudou Brener a organizar a ação, a polícia deteve o "lutador" apenas meia hora depois e rapidamente o soltou.

4. O escroto de Piotr Pavlénski

No Dia da Polícia de 2013, em 10 de novembro, outro artista performático, Piotr Pavlénski, se apresentou completamente nu na Praça Vermelha e pregou seu próprio escroto no chão de paralelepípedos da Praça Vermelha com um martelo.

Ele já era conhecido por suas ações de protesto e performances em que se autoagredia (como quando ele se enrolou nu em arame farpado ou quando costurou a própria boca), mas desta vez Pavlénski simplesmente se superou.

A polícia cobriu o artista com um lençol, enquanto esperava por uma ambulância, e os médicossocorristas ajudaram Pavlénski a se livrar daquilo.

Segundo o próprio artista, a performance era uma metáfora da apatia política na sociedade russa.

5. A mala Louis Vuitton

Para marcar o aniversário da loja de departamentos GUM, em 2013, um pavilhão de exposições na forma de uma gigantesca mala Louis Vuitton com 9 metros por 13 metros foi instalado na Praça Vermelha.

O projeto publicitário tinha fins de caridade: o valor arrecadado com a venda de entradas seria destinado à Naked Heart Foundation, de Natalia Vodianova.

Mas a visão do gigantesco objeto estranho no coração da capital produziu tal clamor na sociedade e tantos memes na internet que as autoridades ordenaram que o pavilhão, que ainda não havia sido inagurado, fosse desmontado.

Após o escândalo da mala, o presidente Putin aprovou uma lista de eventos que podem ser realizados na Praça Vermelha. Eles incluem a Parada da Vitória, o Festival Internacional de Música Militar da Torre Spasskaia, uma feirinha de Natal com pista de patinação no gelo e uma feira do livro.

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