O slogan político "Proletários do mundo, uni-vos!", um dos mais famosos bordões do socialismo, provém do Manifesto Comunista, de 1848, de Karl Marx e Friedrich Engels, e nunca foi esquecido pelos marxistas russos.
Membros do Partido Bolchevique - mais tarde, simplesmente Partido Comunista – eles chegaram ao poder ao derrubar o Império Russo, no início do século 20, e nunca se esqueceram deste slogan, promovendo e apoiando qualquer governo no mundo que mostrasse interesse pelo socialismo.
Após o início da Guerra Fria, no final da década de 1940, a URSS começou ainda a desafiar os países capitalistas liderados pelos EUA. Moscou não poupou capital ou equipamentos militares para amparar os estados que se autoproclamavam socialistas.
Mais tarde, porém, muitos deles não conseguiram devolver os empréstimos da URSS.
1. Cuba
Havana foi campeã absoluta no quesito do tamanho de sua dívida com os soviéticos. Em 2014, Vladimir Putin anulou US$ 31,5 bilhões da dívida cubana - ou seja, 90% de seu total, que superava os US$ 35 bilhões. Para os soviéticos, uma fortaleza do socialismo no hemisfério ocidental era importante demais para se reduzirem custos.
Moscou forneceu a Cuba milhares de empréstimos que ajudaram a melhorar o sistema educacional e de saúde cubano, além de fornecer petróleo, alimentos e equipamento técnico.
Em troca, Cuba exportava cana-de-açúcar em grande quantidades à URSS e, o mais importante, defendia o comunismo. Cuba enviou suas tropas para lutarem como voluntárias nos conflitos em Angola e na Etiópia, sempre apoiando o lado a favor dos soviéticos.
2. Síria
Durante a Guerra Fria, o então presidente sírio Hafez al-Assad, pai do atual líder do país, Bashar al-Assad, apoiou os princípios do socialismo e se considerava aliado da URSS. Moscou, por sua vez, considerava a Síria como o Estado mais importante ndo Oriente Médio.
A dívida da Síria com a URSS era então de cerca de US$ 13 bilhões, e, em 2005, Vladimir Putin anulou US$ 10 bilhões do total. Em troca, a Síria prometeu dar preferência, em alguns casos, a empresários russos trabalhando no país.
3. Mongólia
O país andava bastante discreto desde a queda do Império Genghis Khan, na Idade Média. A Mongólia sempre foi um leal aliado da União Soviética, desde a década de 1920 até a desintegração do país, no início dos anos 1990.
As tropas da Mongólia lutaram contra o Japão lado a lado com o Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1956, a Mongólia chegou até mesmo a pedir para se tornar parte da URSS, mas Moscou rejeitou o pedido.
O volume de empréstimos que Ulaanbaatar recebeu de Moscou foi de US$ 11,4 bilhões. Não foi de surpreender que este pouco próspero país asiático não tenha conseguido devolver o dinheiro.
Em 2003, a Rússia anulou US$ 11,1 bilhões da dívida, e a Mongólia finalmente pagou os US$ 300 milhões restantes.
4. Coreia do Norte
Quando a URSS e os EUA dividiram a Coreia em dois após a Segunda Guerra Mundial, o Norte apoiou Moscou e se tornou um dos bastiões socialistas na Ásia.
Embora na década de 1970 Kim Il-sung tenha implementado a ideologia Juche, que significava "depender de seus recursos", e recusado o marxismo soviético, Pyongyang não deixou de receber recursos de Moscou e de Pequim.
No total, a Coreia do Norte devia à URSS quase US$ 11 bilhões e se recusou a pagar a dívida após colapso econômico e fome nos anos 1990. O presidente Pútin, mais uma vez, anulou 90% da dívida, em 2012.
5. Vietnã
Segundo o jornal russo “Argument i Fakti”, nos anos 1960, a URSS forneceu ao Vietnã milhares de armamentos, totalizando um custo de pelo menos US$ 15,7 bilhões, além de construir 117 espaços militares.
Porém, Moscou nunca insistiu no reembolso desses fundos, emprestados durante a guerra.
A dívida total oficial do Vietnã foi de US$ 11 bilhões. Mas, em 2000, a Rússia anulou US$ 9,5 bilhões.
Ao contrário da maioria dos países desta lista, o Vietnã continua a ser um importante parceiro econômico da Rússia. Em 2017, o intercâmbio comercial entre os dois países atingiu os US$ 5,3 bilhões e continua a crescer.