Homens de 1,8 metro armados até os dentes; veja fotos da guarda de elite russa

História
ALEKSÊI TIMOFEITCHEV
Eles lutaram nos mais importantes conflitos russos dos últimos três séculos e formavam uma força política poderosa que podia colocar no trono - assim como destituir – tsares a seu bel prazer. Confira uma breve história da Guarda russa.

A história da elite da unidade militar russa, a chamada Guarda, remonta ao início do século 18 e a Pedro, o Grande, fundador do Império Russo. A Guarda começou como soldados de brinquedo para o jovem Pedro, nos regimentos Semiônovski e Preobrajênski.

Então, a Rússia não tinha de escolas militares adequadas e assim as unidades da Guarda se transformaram em uma espécie de instituição educacional para o exército.

Mas, em 1700, a diversão teve um fim repentino. Os dois regimentos mostraram coragem exemplar em batalha contra os suecos. Mas, apesar de a Rússia ter perdido a batalha de Narva, a determinação desses dois regimentos foi o que possibilitou o recuo do exército.

Em 1706, Pedro, o Grande, tornou-se ele próprio coronel no Regimento Preobrajênski e chegou até a usar o uniforme da unidade.

Pedro aumentou os salários dos guardas e ordenou que se trocasse para o vermelho a cor de suas meias, que antes eram verdes. Isto deveria simbolizar o fato de eles terem lutado com “sangue até os joelhos”.

O próprio tsar supervisionou o processo de destacamento de novos soldados nas unidades de elite e tinha que aprovar pessoalmente cada candidato.

Com o tempo, os regimentos da Guarda aumentaram em tamanho e números. No século 18, eles se tornaram uma força política influente, já que os guardas eram recrutados principalmente provenientes da nobreza e, frequentemente, tinham laços estreitos com a corte imperial.

Os guardas eram sempre pessoas com altura e força excepcionais, mas sob o governo de Catarina criou-se um decreto exigindo que todos os membros das unidades da Guarda tivessem especificamente 1,82 metro ou mais de altura (a altura média dos soldados naquela época era de cerca de 1,60 metro).

Mas depois, no início do século 19, as unidades da Guarda retornaram a seu propósito primordial: lutar. Os guardas tiveram distinção em diversas guerras do período napoleônico.

No início do século 20, a Guarda participou da Guerra Russo-Japonesa e, depois, da repressão da primeira Revolução Russa, em 1905.

Em dezembro de 1905, Nikolai 2° enviou os Regimentos Semiônovski e Preobrajênski para reprimir uma rebelião em Moscou. Alguns oficiais que se recusaram a obedecer a ordem ou a executar o trabalho de polícia foram substituídos por unidades comuns do exército.

A Guarda participou também da Primeira Guerra Mundial, principalmente em lutas na Prússia Oriental, em 1914, e, depois, no Cerco de Kovel, em 1916, onde seus regimentos sofreram grandes baixas.

Após a Revolução de 1917 e a queda de Nikolai 2°, os bolcheviques tentaram formar suas próprias unidades de guardas, intituladas de Guarda Vermelha e consistindo principalmente de trabalhadores. Mais tarde, estes regimentos se tornaram parte do Exército Vermelho.

Um verdadeiro renascimento das unidades da Guarda aconteceu em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Em setembro daquele ano, quatro divisões receberam o título de Guarda após a primeira ofensiva contra as tropas nazistas. No final da guerra, havia exércitos inteiros com o título de Guarda.

Na Rússia moderna, muitas unidades militares pertencem à Guarda. Por exemplo, todas as tropas aerotransportadas fazem parte deste grupo militar de elite.

A Guarda participaram de todos os conflitos em que a Rússia esteve envolvida nos últimos anos.

Um dos episódios mais notáveis da história recente da Guarda aconteceu na Tchetchênia, em fevereiro de 2000, quando uma subdivisão da Guarda Aerotransportada foi cercada e superada em número. Dos 99 soldados presentes, 84 foram mortos - mas eles não deixaram suas posições.

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