1. Vassíli Kandínski, pintor e fundador da arte abstrata
Kandínski (também grafado Wassily Kandinsky) passou o início de sua vida adulta trabalhando como advogado na Rússia, mas depois de completar 30 anos de idade, decidiu mudar.
A vida profissional de Kandínski estava definida e tinha uma trajetória previsível. Mas, um belo dia, este respeitado professor da Faculdade de Direito da Universidade de Moscou decidiu assistir a uma exposição de artistas modernos franceses.
O espetáculo dos impressionistas em Moscou, em 1895, e principalmente a pintura "Feno", de Claude Monet, inspirou tanto Kandínski que ele decidiu virar artista.
Então, ele tinha 30 anos, por isso ele não esperou muito para colocar seu plano em ação.
Composição VII, de Kandínski. 1913.
Nekrasov V./SputnikEm 1896, Kandínski se mudou para Munique, onde conheceu expressionistas alemães e se aventurou por diversos movimentos artísticos.
Quando os nazistas fecharam a união de pintores Bauhaus, de que ele havia se tornado um membro ativo, Kandínski se mudou para a França com a mulher e recebeu cidadania francesa. Kandínski foi um dos fundadores da arte abstrata, além de fundador do movimento "O cavaleiro azul".
Sua primeira pintura abstrata surgiu em 1910 (o ano marca oficialmente o início da pintura abstrata) e, em 1911, foi publicado seu livro "Do espiritual na arte", que se tornou a principal base teórica de um novo movimento da arte abstrata.
Triângulos em uma curva, de Kandínski, 1927.
Getty ImagesSegundo a teoria da arte abstrata de Kandínski, a combinação de qualquer cor, linha e figura geométrica pode causar uma variedade de associações: visual, sonora, gustativa etc.
“A cor influencia diretamente a alma. A cor é o teclado, os olhos são os martelos, a alma é o piano, com suas muitas cordas. O artista é a mão que toca, pressionando uma tecla ou outra de propósito, para causar vibrações na alma”, escreveu Kandínski em seu livro.
2. Vladímir Nabôkov, escritor, poeta e tradutor
O romance mais famoso de Nabokov, Lolita, sobre a relação íntima entre uma adolescente e um homem já maduro, foi escrito em inglês em 1955. O autor traduziu ele mesmo a obra para o russo dez anos depois. Mas a primeira dúzia de romances do escritor foi escrita em russo.
Indicado ao Prêmio Nobel de literatura, Nabôkov era proveniente de uma família de aristocratas russos. Durante os 20 primeiros anos de vida em São Petersburgo, ele obteve uma educação clássica, tinha sua própria casa e milhões de rublos de uma herança recebida do tio. Se a Revolução de 1917 não tivesse ocorrido, Nabôkov teria tido uma vida brilhante na terra natal.
Como muitas de sua classe social, a família Nabokov deixou a Rússia. Nabôkov deu prosseguimento à educação na Universidade de Cambridge e depois se mudou para a Alemanha, onde publicou seus primeiros contos e poemas.
Enquanto vivia na Alemanha, o escritor publicou diversos romances, todos escritos em russo, entre eles “Maria” (1926), “Rei, Dama, Valete” (1928), “A defesa” (1930), “Convite para uma decapitação” (1936) e outros.
Cena de "Lolita"adaptado para o cinema por Stanley Kubrick, Metro-Goldwyn-Mayer, 1962.
KinopoiskCom o início da Segunda Guerra Mundial, Nabôkov deixou a Europa e rumou aos EUA, onde lecionou em universidades sobre literatura russa e mundial por quase 20 anos.
A partir de "A verdadeira vida de Sebastian Knight" (1941), Nabôkov passou a escrever em inglês. A obra foi seguida por "Bend Sinister” (1947), “Ada ou Ardor” (1968 e “Look at the Harlequins!” (1974).
Estas e outras obras, entre as quais "Lolita", fizeram Nabôkov rico e popular mundo afora.
3. Aleksêi Brodovitch, diretor de arte da revista Harper's Bazaar nos EUA
Brodovitch foi o pai das chamadas "glossy magazines", as revistas em papel brilhante e colorido, como as conhecemos hoje.
Seu primeiro êxito ocorreu quando Brodovitch venceu de Pablo Picasso em uma competição de pôsteres para um baile de caridade. Picasso ficou em segundo lugar.
Pôster de Picasso que ficou em segundo lugar, atrás de Brodovitch.
Domínio públicoComo Nabôkov, Brodovitch emigrou da Rússia jovem, após a Revolução de 1917, mas manteve contato com seus compatriotas.
Ele trabalhou para Serguêi Diaghilev, o empresário e criador da "Les Saisons Russes" na França, criando cartazes e outras imagens, e fotografou bailarinos nos bastidores durante ensaios e apresentações.
Pôster de Brodovitch.
Domínio públicoNo início dos anos 1930, ele se mudou para os EUA, onde trabalhou em Nova York como diretor de arte da revista de moda Harper's Bazaar de 1934 a 1958.
Ali Brodovitch lançou uma revolução no mundo das revistas, combinando imagens e texto em suas páginas. Ele convidou amigos para contribuir, entre eles Salvador Dalí, Marc Chagall, Raoul Dufy, Joan Miró e Jean Cocteau.
Brodovitch é também um pioneiro do design gráfico e o fundador da fotografia de moda e publicidade.
Seu estilo era radicalmente diferente do de seus contemporâneos e suas ideias, inovadoras. Ele cortava imagens, e se elas ficassem melhores na página, virava-as ou colocava uma foto sobre a outra.
Brodovitch também era conhecido por sua original diagramação do texto na página. Artigos e títulos eram digitados em determinada fonte e impressos em diferentes ângulos.
Quer saber mais sobre os intelectuais que emigraram do país? Então leia “Por que Lênin expulsou dezenas de intelectuais da URSS?”
Quer receber as principais notícias sobre a Rússia em seu e-mail?
Clique aqui para assinar nossa newsletter.
Autorizamos a reprodução de todos os nossos textos sob a condição de que se publique juntamente o link ativo para o original do Russia Beyond.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: