Alina Pekova conquistou todos os 14 picos de montanhas com mais de 8.000 metros de altura. Menos de 50 alpinistas no mundo foram capazes de tal feito antes dela — e Alina se tornou a primeira pessoa da Rússia nesta lista.
Os picos mais difíceis
“Nem sempre é possível chegar ao topo na primeira vez, às vezes é preciso ficar tentando”, diz Alina. “Posso destacar algumas montanhas que foram as mais difíceis para mim: K2 (Chogori), Gasherbrum I (K5) e II (K4) e Nanga Parbat.”
O K2 é o segundo pico de montanha mais alto do mundo (8.614 metros acima do nível do mar), perdendo apenas para o Everest, e está localizado nas montanhas Caracórum. Porém, escalá-lo é considerado tecnicamente mais difícil, devido ao terreno acidentado e às condições climáticas mais severas. Os picos K4 (8.035 metros) e K5 (8.080 metros) também estão localizados nas montanhas Caracórum e ocupam o 11º e o 13º lugares em termos de altura. Nanga Parbat (8.126 metros), no Himalaia, é um dos oito mil mais perigosos do mundo. O clima na região é mutável, e tempestades de neve e avalanches são comuns.
“Sei de um caso em que um alpinista tentou 13 vezes [subir] uma [montanha] de 8.000 [metros de altura] e, até agora, sem sucesso. Às vezes, a montanha deixa você entrar, às vezes não”, diz Alina.
Além das condições climáticas, também pode haver dificuldades em obter autorizações de escalada nas montanhas, já que os países costumam emiti-las em números limitados.
“No Nepal e no Paquistão, geralmente não há problemas para obter uma autorização”, conta Alina. “Mas, na China, onde há duas de 8.000, Shishapangma (8.027 metros) e Cho-Oyu (8.201 metros), foi bem mais difícil obter uma licença. Em geral, obter um visto para o Tibete é difícil.”
Foco na escalada
Alina nasceu em Naltchik (Cabardino-Balkária) e começou a escalar em 2017. Levou apenas 18 meses para conquistar todas as montanhas de 8.000 metros.
Em 2023, ela bateu um recorde russo ao atingir 11 picos dos 14 em seis meses.
Os preparativos para as subidas aos cumes, segundo a alpinista, são bastante caros — o equipamento, a logística para chegar e as escaladas em si.
“Há empresas que me apoiam financeiramente, sendo a principal delas a ‘Kavkaz.RF’ [que lida com o desenvolvimento de zonas turísticas no Cáucaso]. Também sou embaixadora do resort ‘Elbrus’ [um dos maiores resorts de esqui da Rússia]”, diz Alina.
Outro recorde da esportista é o fato de ter escalado duas dessas montanhas em um dia, o Everest (8.848 metros) e o pico vizinho Lhotse (8.516 metros).
O último da lista desta russa de 31 anos é o Monte Shishapangma (8.027 metros), no Himalaia.
Para escalar todos esses picos, Alina mantém preparo constante fora das montanhas, bem como monitoramento da saúde. Ela também diz que, nas montanhas, sente-se ótima sem comunicação.
“Muitas vezes, mesmo no acampamento base, não há comunicação ou internet, mas eu gosto. Mesmo se houver, às vezes, propositalmente me recuso a ficar on-line ou usar qualquer tipo de comunicação, porque gosto de sentir melhor toda a atmosfera da montanha. Gosto de ficar comigo mesma e gosto de estar focada na subida”, explica. “Agora, o meu principal objetivo é me recuperar e descansar. E depois virão novos desafios!”
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