Todas as campeãs de Eteri Tutberidze — em um só lugar

Russia Beyond ( Jamie Squire, Joosep Martinson, Matthew Stockman/Getty Images)
O nome Eteri Tutberidze equivale literalmente a um lugar no pódio na patinação individual feminina; todas as suas pupilas se tornaram lendas na modalidade.

Eteri Tutberidze é o motivo pela qual várias patinadoras artísticas russas estão entre as melhores do mundo. Em 2020, a União Internacional de Patinação Artística a reconheceu, inclusive, como a melhor treinadora. As carreiras de suas pupilas são curtas, mas espetaculares.

Leia aqui em detalhes como uma mãe solteira, sem fortuna ou contatos, se tornou uma das lendas da escola russa de patinação artística em apenas dez anos. Agora, vamos dar uma olhada em suas pupilas mais famosas:

Iúlia Lipnitskaia

Iúlia tinha apenas 15 anos quando se tornou uma sensação global. Em 2014, a patinadora artística apareceu na capa da revista Time como a mais jovem campeã olímpica da história da patinação individual feminina.

Nos Jogos Olímpicos de 2014, em Sochi, ela foi a primeira no mundo a realizar com sucesso os saltos mais complexos – o lutz triplo e o salto toe triplo –, entrando para a história da patinação artística.

Depois disso, no entanto, a carreira de Lipnitskaia decaiu rapidamente. Incapaz de superar antigas lesões e desentendimentos com Tutberidze, ela deixou o esporte e agora treina crianças.

Evguênia Medvedeva

Esta é outra estrela entre as patinadoras mais jovens: Medvedeva começou a patinar aos três anos; aos quinze, ganhou seu primeiro Grand Prix adulto no Skate America. Segundo Evguênia, seus pais a estimularam a praticar a patinação artística para consertar sua postura. Mas o talento falou mais alto — Medvedeva se tornou bicampeã mundial, além de medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de 2018. Sua marca registrada são os saltos já complexos (saltos axel duplos, lutzes, flip e loop) com a mão erguida.

Alina Zagitova

Certa vez, Alina quebrou o braço e a perna em um curto espaço de tempo e teve de reaprender a patinar e pular, mas seus objetivos a ajudaram a alcançar a grandeza. Zagitova se tornou a primeira patinadora artística russa a conquistar todos os principais troféus da patinação artística: as finais do Gran Prix (2017), o Campeonato Europeu (2018), os Jogos Olímpicos de 2018 em Pyeongchang e o Campeonato Mundial (2019). Porém, embora tenha começado a colecionar prêmios adultos aos 15 anos, aos 17 já tinha ficado para trás em relação às alunas mais jovens de Tutberidze. Em 2019, anunciou sua aposentadoria do esporte, mas sua popularidade se converteu em parcerias com grandes marcas.

Anna Scherbakova

Aos 13 anos, Anna quebrou a perna antes da preparação para sua primeira temporada internacional em 2017-2018 e até seus pais duvidavam que ela voltaria ao esporte. Alguns meses antes do Campeonato Mundial, Scherbakova teve também pneumonia – e, apesar dos pesares, conquistou a medalha de ouro. Ela é a mais jovem tricampeã russa de patinação artística (tinha 16 anos quando recebeu o terceiro título). Em 2022, também se consagrou campeã olímpica.

Kamila Valieva

Kamila nasceu em Kazan em 2006 e começou a praticar patinação artística aos três anos e meio. Em 2012, a família inteira mudou-se para Moscou, onde ela continuou treinando a modalidade. Em 2018, aos 12 anos, Kamila foi escolhida como pupila de Eteri Tutberidze.

Na temporada 2019/2020, Kamila se tornou uma estrela da patinação artística juvenil. Venceu todas as largadas e conquistou os dois títulos de maior prestígio — as finais tanto do Grande Prêmio como do Campeonato Mundial. Além disso, estabeleceu um recorde mundial ao realizar com sucesso um salto (toe) quádruplo pela primeira vez em uma competição.

Aleksandra Trusova

‘A Garota que Desafia a Gravidade’ – este é o nome do livro sobre Aleksandra Trusova. A patinadora entrou no grupo de Tutberidze quando tinha 12 anos. É a segunda bicampeã mundial da história entre os juniores (2018, 2019), bem como medalha de prata no Campeonato Mundial de 2022 e nos Jogos Olímpicos. Apesar de Trusova ter realizado os cinco saltos quádruplos mais complexos dos Jogos Olímpicos, perdeu para Anna Scherbakova, dando origem a um autêntico drama esportivo na cerimônia de premiação. “Eu não quero nada! Eu odeio isso! Eu odeio esse esporte!”, gritou Trusova na ocasião, dominada pelas emoções. Ela não só permanece no esporte profissional, como planeja bater um novo recorde mundial.

Aliona Kostornaia

Uma das patinadoras artísticas mais populares da Rússia (campeã europeia de 2020 e vencedora das finais do Grande Prix Mundial), Kostornaia anunciou, em janeiro passado, que encerraria a carreira como patinadora individual. Mas sem alarde: desde então, começou a patinar em pares com Gueórgui Kunitsa, que também é seu parceiro na vida pessoal.

Kostornaia não realizou seu principal sonho — se apresentar nas Olimpíadas — e admitiu com pesar que deixou o momento escapar na patinação individual. “É muito simples, a patinação artística não é um esporte em que se pode patinar por 30 anos e vencer. Sim, você pode patinar, agradar o público, participar de apresentações, mas não será a primeira, pois tem garotada de 15 anos dando um monte de saltos quádruplos. Eles têm muita força e energia. Não há como pará-los”, disse. Mas ela ainda espera chegar aos Jogos Olímpicos, agora com sua dupla. 

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