A Rússia não enfrenta atualmente um novo aumento acentuado na incidência de casos do novo coronavírus, segundo Natália Pchenitchnaia, vice-diretora do Instituto Central de Pesquisa Epidemiológica do Rospotrebnadzor (Serviço Federal Russo de Supervisão da Proteção dos Direitos do Consumidor e Bem Estar Humano).
O centro de crise anticoronavírus da Rússia confirmou nesta quinta-feira (10) o registro de 11.699 novos casos nas últimas 24 horas, o maior índice diário desde 24 de fevereiro.
“É incorreto concluir que estamos perante um novo pico. No entanto, muitas pessoas continuam ignorando as medidas de segurança, não entendem a necessidade de vacinação e [assim] facilitam a propagação do vírus entre a população”, disse Pchenitchnaia a repórteres. “Não vemos respeito às regras de segurança no transporte público, nas empresas ou em locais públicos com frequência. Se essas circunstâncias permanecerem, aumentos periódicos de incidência serão observados agora e no futuro”.
Segundo a epidemiologista, a resposta imunológica em ex-pacientes de covid-19 diminui com o tempo, e muitos que não contraíram o vírus não estão dispostos a tomar a vacina.
“Isso resulta na imunidade do rebanho, e o momento em que poderíamos tirar as máscaras e nos abraçar fica ainda mais longe de nós”, acrescentou Pchenitchnaia.
Desde o início da pandemia, o país registrou 5.167.949 casos de infecção pelo novo coronavírus. Em Moscou houve um aumento de 5.245 nas últimas 24 horas, sendo o maior desde 15 de janeiro.
A Rússia registrou 383 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, e o número total de fatalidades chega a 125.278 (2,42% dos pacientes com o novo coronavírus na Rússia).
Clima e prevenção
O clima chuvoso e frio observado atualmente na Rússia facilita a circulação de vários vírus respiratórios e, segundo Pchenitchnaia, também pode afetar o curso epidemiológico da covid-19. Embora os picos de incidência sejam naturais para o processo de estabilização, a transição para a fase de recessão depende da responsabilidade dos cidadãos.
“Tenho certeza de que ninguém duvida da eficácia das medidas de prevenção contra a covid-19 e outras doenças respiratórias, mas não é suficiente. Essas medidas devem ser cumpridas regularmente; e, claro, é preciso compreender a importância da vacinação em massa para o fim imediato da pandemia”, arrematou a especialista.
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