O brasileiro Eduardo Fauzi, 41, acusado de atacar a produtora Porta dos Fundos com coquetéis molotov em dezembro de 2019, pediu ajuda aos órgãos de segurança russos, de acordo com seu advogado russo, Vitáli Tchernikh. O motivo do ataque teria sido a divulgação do vídeo “A Primeira Tentação de Cristo”, feito pela produtora, no qual Jesus é retratado como homossexual.
Após o ataque, Fauzi fugiu para Moscou. Ele foi incluído na lista internacional de procurados e a Interpol pediu à Rússia ajuda para capturá-lo. Fauzi foi detido no início de setembro de 2020 no aeroporto de Ekaterimburgo, onde visitava uma amiga. Agora, ele pode ter a prisão prorrogada e ser extraditado ao Brasil, onde é acusado, entre outros, de tentativa de homicídio.
Seu advogado, Vitáli Tchernikh, disse que Fauzi acredita que a oposição brasileira seja formada por um “sólido grupo de gays” ligado ao filme do Porta dos Fundos.
“O filme despertou a indignação do meu cliente e ele, com um grupo de partidários seus, ou seja, apenas cinco pessoas, foi ao estúdio manifestar seu repúdio. Havia ali uma festa gay naquele dia, mas quando Fauzi e seus amigos chegaram, todos já tinham ido embora. Mesmo assim, eles jogaram vários coquetéis molotov nas janelas do estúdio. As janelas eram resistentes e ninguém se machucou”, declarou Tchernikh.
O advogado notou que Fauzi já está preso há quase um mês e, segundo ele, o Brasil não forneceu documentos que provem que Fauzi é um criminoso perigoso.
“Ao mesmo tempo, em nosso país, de acordo com os documentos, ele é acusado nos termos do artigo 105, por assassinato”, diz Tchernikh. Por este motivo, ele foi “qualificado de maneira diferente nos documentos russos”, segundo o advogado.
Tchernikh acrescentou que a defesa de Fauzi pretende contestar a prorrogação da prisão do brasileiro e sua expulsão da Rússia, uma vez que, segundo ele, “há o risco de ele ser julgado injustamente em sua terra natal”.
No início de setembro, o Tribunal de Moscou anulou a absolvição de Anton Berejni, acusado de assassinar, por motivo de homofobia, Roman Edalov, em junho de 2019, na estação ferroviária de Kursk. Berejni foi absolvido pelo júri em 7 de fevereiro de 2020. O caso já foi enviado a um novo julgamento. A nova audiência será realizada no mesmo tribunal, mas com outra composição.
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