Como a Rússia está enfrentando o coronavírus

Aeroporto Sheremetievo, em Moscou

Aeroporto Sheremetievo, em Moscou

Departamento de Saúde de Moscou/TASS
Fechar fronteiras, cancelar voos internacionais, interromper a emissão de vistos e expulsar cidadãos da China foram algumas das medidas já adotadas pelo governo russo para conter a disseminação do covid-19.

Na última quarta (11), a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o surto de coronavírus como pandemia global, com mais de 127 mil pessoas já infectadas.

Embora o número de casos positivos na Rússia permaneça relativamente baixo, o governo local vem adotando uma série de medidas severas para evitar um cenário semelhante a países como China e Itália.

Quantas pessoas estão infectadas na Rússia?

De acordo com dados oficiais, apenas 45 casos de coronavírus foram registrados na Rússia: metade em Moscou, e os demais espalhados em São Petersburgo, Kazan, Níjni Nôvgorod, Kaliningrado, Lipetsk e Belgorod. Além de cidadãos russos, esse número inclui dois chineses e um italiano. Do total, três pessoas já se recuperaram, e mais de 5 mil pessoas que visitaram países afetados pelo vírus e aqueles que tiveram contato com pessoas infectadas estão sob monitoramento médico na capital russa. 

Especialista checa passageiros que chegam de voo da Itália, no aeroporto Sheremetievo, em Moscou

O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, declarou nesta quinta (12) que “a ameaça de propagação na Rússia é minimizada devido às medidas oportunas”.

Sem férias no exterior

A Rússia foi um dos primeiros países do mundo a restringir voos regulares para a China. Em fevereiro passado, os russos que estavam em Wuhan e em outras cidades chinesas começaram a ser evacuados.

A partir desta sexta (13) também foram impostas restrições aos voos para Alemanha, Itália, Espanha e França – exceto para Roma, Berlim, Munique, Frankfurt, Paris, Madri e Barcelona. Os voos para essas cidades estão partindo somente do Terminal F do Aeroporto Sheremetievo, em Moscou.

A Rússia também suspendeu todos os trens para Nice (França), Pequim (China), Ulaanbaatar (Mongólia) e Tumangan (Coreia do Norte).

Turistas cancelam viagens para a Rússia

O surto de coronavírus já provocou uma crise grave no setor turístico russo.  Como medida de precaução, a emissão de vistos para cidadãos chineses foi suspensa.

Segundo a Associação de Operadores Turísticos da Rússia, perdas financeiras diretas de medidas restritivas chegarão a US$ 6,25 milhões.

Treinamento para evacuação de passageiros suspeitos de infecção por coronavírus, no aeroporto de Tcheliábinsk

Proibição de eventos com mais de 5 mil participantes

O governo russo decidiu cancelar o maior evento econômico anual do país, o Fórum Econômico de São Petersburgo, que aconteceria em junho. Paralelamente, o governo da capital proibiu todos os eventos com participação de mais de 5.000 pessoas.

Ainda assim, ainda não foi decretada uma quarentena generalizada: escolas, universidades e jardins de infância permanecem funcionando normalmente, com exceção de atividades externas, como visitas a museus ou exposições.

Desinfecção após quarentena na região de Tiumen

Diversas empresas cancelaram viagens de negócios ao exterior e introduziram medidas adicionais de desinfecção dos escritórios. Algumas companhias também estão permitindo que os funcionários trabalhem remotamente de casa.

Isolamento pós-viagem a áreas afetadas

Os russos que regressam da China, Itália, França e outros países afetados pelo coronavírus devem comunicar sobre a viagem às autoridades médicas e permanecer em casa durante, pelo menos, 14 dias.

Praça Vermelha vazia na última terça (10)

Segundo o jornal “Kommersant”, Moscou também começou a expulsar cidadãos da China. Na maioria dos casos, trata-se de estudantes que violaram as medidas de quarentena e foram detidos pela polícia. No site do Tribunal da Cidade de Moscou há mais de 30 resoluções sobre a necessidade de imputar responsabilidade administrativa a cidadãos da China. Mais 60 chineses estão esperando as decisões dos tribunais.

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