Rússia ratifica Acordo de Paris e se compromete a reduzir emissões de gases de efeito estufa

 Cúpula climática na sede da ONU em Nova York, nesta segunda (23)

Cúpula climática na sede da ONU em Nova York, nesta segunda (23)

Reuters
Lei sobre emissão de gases será adotada até o final de 2020, segundo enviado presidencial russo na ONU.

Moscou anunciou sua adesão ao Acordo de Paris de 2015 sobre mudanças climáticas nesta segunda (23), durante a cúpula climática da ONU em Nova York.

O país, que é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, irá se tornar participante de pleno direito do novo acordo climático que substitui o Protocolo de Kyoto. Políticos e representantes de organizações ambientais e de pesquisa científica em todo o mundo apoiaram o movimento.

Segundo especialistas, isso reduzirá as perdas de reputação da Rússia e os riscos de imposição de taxas alfandegárias sobre hidrocarbonetos, mas não as anulará.

Para Ígor Makarov, diretor na Escola Superior de Economia, a adesão de Moscou é um passo importante, simbolizando que o país compartilha o consenso da comunidade mundial sobre a necessidade de combater as mudanças climáticas e avançar em direção a um futuro com baixo teor de hidrocarbonetos. “No entanto, [esse passo] permanecerá simbólico, a menos que seja confirmado por medidas reais, como a introdução de controles estatais sobre as emissões e a definição de uma estratégia clara de como a economia da Rússia, que hoje é criticamente dependente das exportações de combustível, se adaptará a um futuro em que esse combustível aparentemente ficará em segundo plano”, enfatiza Makarov.

Apesar de criticar as metas climáticas da Rússia, as ONGS Greenpeace e WWF Rússia, bem como o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, saudaram a adesão da Rússia. O acordo de Paris foi ratificado por 185 países.

Segundo especialistas entrevistados pelo jornal “Kommersant”, depois de perceber que a concretização do acordo não dependia diretamente da ratificação da Rússia, Moscou decidiu não se apressar, mas esperar até que regras específicas do novo mecanismo fossem desenvolvidas. 

Longo caminho à frente

Após a assinatura do decreto governamental sobre a adesão da Rússia ao Acordo Climático de Paris, a próxima etapa será adotar, até o final de 2020, uma lei para a regulamentação das emissões de gases de efeito estufa.

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“A Rússia, mais uma vez, provou à comunidade internacional que é um Estado responsável e consistente, cumpridor dos compromissos que assume”, disse Ruslan Edelgeriev, enviado presidencial russo para as mudanças climáticas.

“Quando se trata de ações adicionais, teremos muito trabalho dentro do Estado”, continuou. “Precisamos adotar uma lei para regular as emissões de gases de efeito estufa. Após a adoção, veremos o que será preciso fazer a seguir.”

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