Pescadores próximos à ilha norueguesa de Ingoya avistaram, recentemente, uma baleia beluga usando um tipo de “coleira” com identificação russa. O animal começou a segui-los, enquanto tentava puxar as correias nas laterais dos barcos.
A “coleira” parecia ter sido projetada para segurar uma câmera, e oficiais da Diretoria Norueguesa de Pesca conseguiram removê-la antes que a baleia desaparecesse nas profundezas escuras.
No objeto estava escrito “Equipamento de São Petersburgo”, o que levou especialistas noruegueses e alguns meios de comunicação ocidentais a sugerir que a beluga fosse um tipo de equipamento de espionagem russo... Mas será?
Golfinhos e focas foram, de fato, treinados pelas marinhas soviética e russa para transportar ferramentas para mergulhadores durante consertos de barcos e submarinos, mas os militares pararam de utilizar mamíferos para lançar ataques há muitos anos. Isso porque, segundo os especialistas russos, trata-se de um procedimento demasiadamente caro, além de pouco eficaz, já que golfinhos e baleias são criaturas marinhas altamente independentes e difíceis de treinar.
Tanto membros da Marinha como autoridades russas evitaram comentar sobre o incidente. No entanto, cientistas do Instituto de Ecologia e Evolução A.N. Severtsov, em Moscou, relataram à BBC que os militares russos ainda trabalham com um número limitado de baleias brancas, ainda que para fins pacíficos.
Paralelamente, o canal “Baza” no Telegram conversou com a equipe da empresa de São Petersburgo que supostamente produziu o equipamento envolto no animal. Uma fonte da empresa confirmou que o modelo de “coleira” foi produzido antes de 2010 e afirmou que as belugas são geralmente usadas para localizar navios e equipamentos naufragados.
Dentre os especialistas, houve também quem justificou que, “caso o país possuísse uma beluga militar treinada para missões secretas, nós diríamos de onde ela veio?”.