Em meio à polêmica acerca da bola presenteada ao líder norte-americano Donald Trump, um veterano dos serviços secretos russos garantiu que o objeto não apresenta qualquer indício de espionagem e refutou teorias conspiratórias.
“Tecnologias mais complexas são usadas no mundo todo para coletar informações. Não há necessidade de usar uma bola, sobretudo uma que nem foi fabricada na Rússia”, disse o veterano, embora não seja a fonte mais confiável para os americanos.
Como começou o boato?
Em seu Twitter, a senadora Lindsey Graham declarou que “se fosse eu, checaria se há aparelhos de escuta na bola de futebol”, enquanto o apresentador da NBC Jimmy Fallon alertou o presidente que poderia haver um aparelho eletrônico de escuta dentro do objeto, assim como no famoso Grande Selo. O alerta se referia à história em que os soviéticos descobriram que o embaixador William Harriman era colecionador de objetos feitos de madeira e lhe deram, em 1945, uma réplica de madeira do selo dos EUA. De tão bonito, o embaixador resolveu pendurá-lo na parede de seu escritório, sem saber que havia um microfone dentro. O dispositivo secreto só foi descoberto em 1952, quando especialistas norte-americanos detectaram o sinal de rádio.
No entanto, as piadas acabaram sendo, em parte, verdadeiras. A bola possui, de fato, um dispositivo dentro, embora não escondido. O logotipo da Comunicação por campo de proximidade (CCP), que pode ser visto claramente na bola, é um chip transmissor que, conforme explicou a fabricante Adidas, permite que os jogadores acessem informações e uma série de jogos on-line depois de conectar e baixar um aplicativo.
A Adidas também ressaltou que a etiqueta da CCP não pode ser modificada. Segundo a empresa, a tecnologia é capaz de enviar informações para um dispositivo ativo próximo, porém, em nenhum circunstância, seria possível receber informações.
A agência Bloomberg, por outro lado, sugeriu que o chip original “poderia ter sido alterado e substituído por um dispositivo de espionagem, ou (...) a bola inteira pode ter sido fabricada para se assemelhar ao modelo da Adidas”.
Já na França, que venceu a Copa do Mundo, o presente foi visto com bons olhos. Enquanto o jornal “Le Parisien” se referiu ao objeto como o “símbolo de um novo e maravilhoso acordo”, o “Le Point” o chamou de “a bola da amizade”.
Curte histórias de espionagem? Confira então os incríveis objetos que a KGB confiscou de espiões ocidentais na URSS durante a Guerra Fria.
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