Dois meses antes de a equipe Williams Martini Racing anunciar oficialmente que o russo Serguêi Srotkin iria correr na temporada de 2018 em parceria com Lance Stroll, do Canadá, a maior parte dos comentaristas de Fórmula 1, até mesmo os russos, viam o moscovita como café pequeno.
A Williams procurava alguém para substituir Felipe Massa, que se aposentou, e quase o mundo inteiro acreditava que a equipe convidaria o polonês Robert Kubica, piloto experiente de 33 anos que voltou às pistas após um acidente terrível em 2011.
“As chances de Serguêi são modestas. Ele começou a se empenhar para entrar na Williams tarde demais e, diferentemente de Kubica, não tinha experiência anterior na Fórmula 1”, escreveu Artiom Rubankov no site especializado Sports.ru.
Café pequeno fica grande
Imago / Global Look Press
Apesar disto, Rubankov achava possível que Sirotkin tivesse alguma chance de derrotar Kubica caso pudesse mostrar resultados incríveis durante as corridas de teste. E foi exatamente isso que Sirotkin fez, terminando antes de Kubica o teste de pneus Pirelli de Abu Dhabi.
Além disso, ele se tornou o piloto oficial da Williams de 2018, deixando Kubica na reserva.
“Serguêi impressionou a equipe com seu compasso na direção e talento, retorno técnico e ética de trabalho, tanto na fábrica, como na pista”, disse o técnico chefe da Williams, Paddy Lowe.
Lance Stroll, que agora é parceiro de corrida de Sirotkin, também recebeu o novo colega russo. “Conheço Serguêi e tenho certeza de que vamos construir uma relação de trabalho próxima muito rápido”, disse.
Sai um russo, entra outro
Como muitos outros pilotos, Sirotkin começou a carreira quando tinha apenas 12 anos. De 2010 a 2013, competiu em diversos torneios “Fórmula” de classes mais baixas, unindo-se à classe mais alta em 2013 com a equipe suíça Sauber.
Ele trabalhou com as equipes da Sauber e da Renault a partir de então, mas só como piloto de testes ou de reserva. Além disso, a aparição no Grand Prix da Austrália, marcada para março de 2018, será sua primeira como piloto oficial, graças à Williams.
Enquanto Sirotkin debuta na Fórmula 1, o último piloto russo na competição, Danil Kviat, retira-se das pistas oficiais. Apenas um ano mais velho que Sirotkin, Kviat corre pela Red Bull e a Toro Rosso, mas encerrou seu contrato com a primeira e passará a trabalhar como piloto de desenvolvimento da Ferrari, o que significa que não aparecerá nas pistas na próxima temporada.
Desafios
Global Look Press
O caminho de Sirotkin não será fácil. Kviat teve um bom começo em sua primeira temporada, mas posteriormente enfrentou uma porção de adversidades que o levaram a dar uma pausa na carreira na Fórmula 1.
O comentarista Artiôm Rubankov, do Sports.ru, afirma que o futuro de Sirotkin poderá não ser mais promissor que o de Kviat, com uma estreia que pode não ser tão boa devido ao fato de que ele era piloto reserva da Renault e quase não apareceu nas pistas em 2017.
Além disso, ele é o número dois na equipe da Williams, atrás de Stroll, e a pressão pública será enorme. Sirotkin, porém, tem algumas vantagens que podem ajudá-lo a superar esses obstáculos.
Pontos fortes
Como o comentarista Aleksêi Dospekhov, do Kommersant, escreve, Sirotkin é um piloto muito experiente. Competir e vencer por vários anos em competições como a Formula 3, o Auto GP e a Formula Renault 3.5 significa que o russo não é novato e consegue sobreviver à pressão.
Além disso, espera-se que Sirotkin tenha melhores condições de trabalho na Williams do que as que Kviat teve na Toro Rosso.
“Seus carros são mais rápidos e confiáveis”, escreve Rubankov. Assim, Sirotkin não enfrentará constantes problemas técnicos como Kviat.
Além disso, Sirotkin é engenheiro e tem diploma pela Universidade de Construção de Estradas e Automóveis de Moscou, e impressionou de verdade os engenheiros da Williams com suas respostas durante os testes.
Se tudo correr bem, o jovem russo será indispensável a sua nova equipe!
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