Principal concorrente de Putin nas eleições presidenciais de março é mulher

Estilo de vida
ALEKSANDRA GUZEVA
O Russia Beyond traz um resumão sobre a mais nova presidenciável russa, que é filha do ex-chefe de Putin e iniciou carreira como a “Paris Hilton russa”.

Ksênia Sobtchak iniciou sua carreira como a “Paris Hilton russa”, partiu para o jornalismo e agora quer nada mais nada menos que o cargo mais importante do país! O Russia Beyond compilou alguns fatos importantes sobre a nova presidenciável:

Ksênia se tornou estrela de TV em 2004 com seu reality show “Dom-2”, o equivalente russo do Big Brother, onde jovens vivem dividindo uma casa, namorando e, muitas vezes, brigando.

Treze anos depois, o programa continua no ar, hoje associado ao pior dos gostos possíveis e a tudo o que houver de mais vulgar na TV russa.

Ksênia, por sua vez, virou uma figura influente e séria na sociedade russa – apesar de uma série de falhas notáveis suas, como conseguir a primeira exclusiva após a libertação da “Pussy Riot” Maria Aliôkhina e lhe despejar perguntas tão bizarras como “qual é a da sua sobrancelha?”

Concorrente de Putin

Apesar de o atual presidente ainda não haver declarado oficialmente sua participação nas próximas eleições, ninguém no país duvida dessa.

Nos últimos meses, também já haviam rumores de que Sobtchak desafiaria Putin e, em 18 de outubro, o diário Vêdomosti publicou uma carta da apresentadora  anunciando sua candidatura.

Filha do patrão

Putin iniciou sua carreira política como vice de Anatóli Sobtchak, ex-prefeito de Leningrado (hoje, São Petersburgo).  

O prefeito, que morreu no ano 2000 era conhecido como um homem honesto e inteligente, e verdadeiro defensor da democracia.

Há rumores de que Pútin, que foi o braço direito de anatóli, seria o padrinho de Ksênia.

Apresentadora escandalosa

Ksênia também teve seu próprio reality show, chamado “Loira no chocolate”, que a mostrava em roupas luxuosas, bebendo drinks caros em baladas sofisticadas.

Ela era uma socialite profissional e habitué nas festas dos ricos e famosos. Ao mesmo tempo, seu nome estava associado a escândalo, grande quantias de dinheiro e quantias ainda maiores de inimigos.

Reviravolta

O ano de 2012 representou um divisor de águas na vida de Sobtchak, que passou a usar óculos de grau e tentar ser vista como pessoa séria.

De 2012 até junho de 2017, ela entrevistou grandes políticos, empresários e jornalistas em seu programa de TV “Sobtchak ao vivo”, transmitido pelo canal de TV “Dojd” (em protuguês, “Chuva”).

No mesmo ano, ela se tornou editora-chefe da revista SNC (anteriormente, “Sex and The City”), deixando o veículo em 2014 para ocupar o mesmo cargo na L’Officiel.

Seu mais surpreendente projeto, entretanto, foi o de se unir à oposição política russa. Quando ativistas tomaram as ruas de Moscou em 2012 exigindo eleições limpas, Sobtchak e outros jornalistas, atores e escritores começaram a participar dos protestos. Assim, eles se tornaram persona non grata nos muitos canais de TV estatal do país.

Líder da oposição

Ksênia conheceu seu marido, o ator Maksim Vitorgan em um dos encontros da oposição, e deu à luz a seu primeiro filho, Platon, em 2016.

Por ser percebida como alguém próxima do círculo de Pútin, Ksênia a oposição de Ksênia não era considerada sincera por muitos.

Mas seus comentários e entrevistas acerca do Kremlin se tornaram cada vez mais duros, e quando o ativista Aleksêi Naválni anunciou sua candidatura à presidência, a apresentadora o apoiou.  

Durante entrevista com Naválni em junho, porém, ela entrou em um pequeno conflito com o último, ao afirmar que seu programa não era claro no sentido de como melhorar o país.

Enquanto Naválni luta contra a corrupção, desmascarando políticos e elaborando relatórios sobre sua riquíssima propriedade privada, Ksênia afirma que o candidato carece de um plano para mudar essa situação.

Candidata

Em sua carta ao Vêdomosti, a nova presidenciável escreveu: “Sou Ksênia Sobtchak, tenho 35 anos e vivi e trabalhei toda minha vida na Rússia, e me importo com o que acontece no meu país. (...) Considero todas as atividades públicas com responsabilidade e percebo todos os riscos e incríveis dificuldades deste desafio. Decidi que minha participação nas eleições presidenciais podem ser um passo em direção às mudanças que são tão essenciais a este país”.

Sobtchak escreveu ainda que quer representar a plataforma “Contra todos” que costumava constar das cédulas nos anos 1990.

Ela também diz que se apresenta “não apenas como candidata, mas como voz daqueles que não conseguem se tornar candidatos”. “Estou pronta a vocalizar suas queixas às autoridades”.

Anteriormente, a imprensa anunciou que o Kremlin decidiu permitir a participação de Sobtchak à presidência.