Brasil pretende aumentar exportações de café para a Rússia em 20%

Grãos de café arábica provenientes do Brasil são resfriados após processo de torra na fábrica da GC Shokoladnitsa.

Grãos de café arábica provenientes do Brasil são resfriados após processo de torra na fábrica da GC Shokoladnitsa.

Serguêi Petrov/Global Look Press
Atualmente, o país latino-americano é o maior fornecedor de café no mundo, mas ocupa o segundo lugar na lista dos maiores exportadores para a Rússia.

O embaixador do Brasil na Rússia, Rodrigo de Lima Baena Soares, afirmou que o país pretende intensificar as exportações de café para os russos, porém, seu preço dependerá de fatores diversos, inclusive climáticos. A declaração foi feita durante o 27° Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, realizado de 5 a 8 de junho.

No ano passado, o Brasil arrecadou cerca de US$ 7,35 bilhões com as exportações de café. Deste montante, valor total do fornecimento para a Rússia é estimado em US$ 131 milhões.

Atualmente, o Vietnã segue em primeiro lugar no ranking dos maiores fornecedores do produto para a Rússia, e a expectativa do Brasil é que o país volte a ser líder neste mercado.

As chances para que isso ocorra são grandes, garante Ramaz Tchantúria, diretor-geral da associação governamental para o desenvolvimento dos mercados de chá e café, Roschaykofe. “O Brasil e o Vietnã são os dois maiores fornecedores de café para o mercado mundial, respondendo juntos por cerca de 60% da produção e do consumo global. São também os principais fornecedores de café para a Rússia”, disse Tchantúria ao portal BFM.RU.

“[No mercado mundial], o Brasil é o maior fabricante e fornecedor do produto, com cerca de 40% do mercado, enquanto o Vietnã ocupa o segundo lugar, com uma participação de 20%. No entanto, na Rússia, o Brasil tem uma participação menor do que a do Vietnã. A declaração do embaixador de que há pretensão de aumentar a oferta é positiva. Se a indústria cafeeira brasileira pretende aumentar a oferta, ela tem tudo para fazer isso”, acrescentou.

Segundo Tchantúria, o café brasileiro perdeu o primeiro lugar na Rússia devido a problemas com logística. “O Sudeste Asiático ganhou certas vantagens, existem rotas chinesas, o Vietnã tem uma rota ferroviária direta, há fornecimentos através do Extremo Oriente. Ou seja, devido à mudança de rotas, o Vietnã venceu, e o fornecimento do [café] brasileiro ficou em situação difícil. Os brasileiros fornecem o café através dos portos de São Petersburgo ou pelo Mar Negro, e hoje nem todos os operadores de transporte e logística realizam entregas nos portos russos.”

No entanto, o Vietnã também vem enfrentando problemas com a produção de café devido às alterações climáticas, más colheitas e falta de fertilizantes. Esses fatores poderiam ajudar o Brasil a se tornar novamente líder no fornecimento de café para a Rússia, explicou o diretor comercial da empresa de café russa The Coffee Soldiers, Pável Illarionov, ao portal BFM.RU.

“O Vietnã é o principal produtor do café mais barato, robusta. O Brasil é historicamente o maior produtor de café arábica. Esses cafés são negociados em diferentes bolsas. No entanto, no último ano, o Vietnã enfrentou vários problemas relacionados com o clima, más colheitas e deterioração da oferta de fertilizantes e está perdendo as suas posições. O Brasil, por sua vez, está ganhando. Segundo os dados dos últimos vários anos, as exportações de café do Brasil para a Rússia representaram até 40% do volume total do comércio entre nossos países e, naturalmente, os brasileiros estão altamente motivados para desenvolver este canal”.

Os principais importadores do café brasileiro no ano passado foram os Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e Japão. Em 2023, o volume total de negócios entre a Rússia e o Brasil atingiu o valor recorde de US$ 11 bilhões.

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