Com cortes no orçamento militar, Rússia sai do top 5 mundial de gastos com defesa

Vitaly V. Kuzmin/www.vitalykuzmin.net
Liderança russa está focando no desenvolvimento de armamentos novos em vez de investir na manutenção de equipamentos com vida útil próxima do fim.

Com a contínua redução de gastos militares, a Rússia deixou o top 5 de países que mais gastam com defesa no mundo. O país figura agora no sexto lugar da lista, com investimentos de US$ 61 bilhões, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI).

Cinco anos atrás, Moscou ocupava o 3º lugar no ranking.

Embora os investimentos russos em defesa tenham caído 7,7% quando comparados com o ano anterior, os gastos mundiais no setor continuam crescendo e atingiram o pico de US$ 1,82 trilhão em 2018 – um volume 24% superior ao registrado em 2008.

De acordo com o levantamento do SIPRI, os EUA permanecem na liderança do ranking, com orçamento militar de US$ 649 bilhões, seguidos por China (US$ 250 bilhões) e Arábia Saudita (US$ 68 bilhões). 

Orçamento adaptado

Necessidade e suficiência tornaram-se os princípios fundamentais dos programas militares russos após a última crise econômica de 2014, quando os preços do petróleo despencaram junto com o rublo, a moeda nacional russa.

O governo do país decidiu então parar de investir na manutenção de sistemas caros e obsoletos, bem como incentivar o desenvolvimento de armamentos novos.

Atualmente, cerca de 50% do orçamento anual do Ministério da Defesa russo é destinado à compra e criação de sistemas de armas de nova geração; entre 2018 e 2027, o país pretende gastar quase US$ 370 bilhões nessa área.

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Os aspectos mais onerosos do programa de modernização incluem a compra de aviões de combate e a criação do primeiro míssil hipersônico para os militares.

Armas de nova geração

Os mísseis hipersônicos, considerados a principal arma da próxima década, são prioridade dentre os novos equipamentos que exigem investimento considerável.

O míssil russo Kinjal, por exemplo, deve ser adaptado para uso em aviões de ataque MiG-31. Esses mísseis permitirão atingir alvos a uma distância de mais de 2.000 km, ultrapassando todos os sistemas de defesa antiaérea existentes.

Su-57

Outra arma esperada é o caça de quinta geração Su-57, que entrou em produção no final de 2018, quando o governo assinou o acordo com o fabricante, Sukhôi.

Os Su-57 foram projetados para competir no mercado internacional com os modelos americanos Raptor e Lightning II. O primeiro lote de doze caças foi entregue ao Ministério da Defesa da Rússia no ano passado. Os outros 76 aviões do tipo deverão se juntar às forças aéreas ao longo dos próximos anos.

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