Por que alguns afrescos da Catedral da Anunciação do Kremlin apresentam Platão e Aristóteles?

Um dos templos mais antigos de Moscou, catedral foi construída entre 1484 e 1489.

Embora mestres italianos trabalhassem no Kremlin na época, arquitetos de Pskov foram convidados para a Catedral da Anunciação. A casa-igreja do grão-duque guardava itens especialmente valiosos — ícones e relíquias. A iconóstase da catedral é um tesouro: nela, há ícones preservados dos séculos 14 e 15, obras-primas criadas por Andrei Rubliov e Teófanes, o Grego.

A abóbada das galerias desse templo é pintada com imagens de antigos poetas e filósofos: Virgílio, Homero, Aristóteles, Platão, Plutarco. Algo que, em princípio, poderia parecer estranho: que relação têm com a Igreja Ortodoxa?

Reprodução do afresco que representa Virgílio

No entanto, há uma conexão; e para descobri-la, é preciso prestar atenção aos pergaminhos em suas mãos. Por exemplo, Sócrates escreveu: “A um homem bom não é possível que ocorra mal algum. Nossa alma é imortal. Na morte haverá recompensa para os bons e castigo para os maus”. Platão segura um pergaminho com o seguinte ditado: “é de se esperar que Deus mesmo envie um mestre e instrutor celestial aos homens”. Isto é, apresentam dizeres sobre a vida e a moral em consonância com os ensinamentos cristãos.

Além disso, os próprios ascetas e mestres cristãos se referiam aos filósofos para demonstrar que os antigos já previam o surgimento de uma nova fé.

Afresco representando Homero

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