Melodramas, thrillers de espionagem e dramas sociais: a diretora soviética Tatiana Lioznova possui um catálogo bastante diversificado em sua cinematografia. O caminho para o sucesso desta mulher de origem judaica no mundo cinematográfico dominado pelos homens foi difícil. Uma trajetória de vida complexa, repleta de dramas pessoais e profissionais, que depois se refletiram em seus filmes, nos personagens densos.
O último sábado (20) marcou o 100º aniversário do nascimento de Lioznova. Ela recebeu muitos prêmios estatais soviéticos, além de outros em festivais internacionais de cinema. Confira abaixo os 4 melhores longas, e também os mais famosos, de Tatiana Lioznova, a principal cineasta da URSS:
Three Poplars in Plyushchikha (‘Três álamos em Pliuschikha’, 1968)
Uma mulher simples e direta do interior chega a Moscou para comercializar alimentos orgânicos em um mercado. Um motorista de táxi generoso percebe que ela está perdida em uma estação de trem e resolve lhe dar carona pelo equivalente a um centavo. No fim das contas, os dois rodam pela cidade por meio dia. Apesar de serem bem diferentes, eles acabam se identificando — ambos vivem dramas pessoais e ambos estão infelizes.
Vale a pena assistir a esse melodrama musical ao menos para curtir a química entre os atores Tatiana Doronina e Oleg Iefremov. Este filme profundo e sensual sobre amor, família e fidelidade conjugal tem um final aberto (uma brincadeira frequente de Lioznova), deixando espaço para reflexão.
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Dezessete instantes de uma primavera (1973)
Esta série de TV cult representou um novo marco na compreensão cinematográfica da Segunda Guerra Mundial. Arriscando a própria vida, um agente da inteligência soviética sob o pseudônimo de “Stierlitz” infiltra-se nos mais altos escalões do Terceiro Reich. Uma das cenas mais comoventes desta série é o encontro de Stierlitz com a sua esposa, em que eles se sentam em mesas diferentes de um café e fingem não se conhecer.
Stierlitz, interpretado pelo ator Viatcheslav Tikhonov, ainda é um dos personagens de cinema mais queridos da Rússia.
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We, the Undersigned (‘Nós, os Sitiados’, 1981)
O comitê do Partido se recusa a assinar o alvará para uma nova fábrica de pão devido a pequenas inconsistências. Um funcionário da construtora é enviado em viagem de negócios para convencer o comitê. Para atingir o seu objetivo, ele parte para extremos. A ação se passa quase que inteiramente dentro de um trem, nos corredores de vagões e seus compartimentos.
Esse drama social sobre a burocracia e um funcionário nada indiferente, que se preocupa com seu trabalho, fez muito sucesso nas salas de cinema. É uma adaptação da peça de Aleksandr Guelman que foi apresentada nos principais palcos de Moscou. Mas o estilo vívido de Lioznova trouxe um quê a mais.
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Carnaval (1981)
Neste musical da “Cinderela” soviética, uma garota simples de uma cidadezinha do interior sonha em ser atriz e parte para Moscou para se matricular em uma escola de teatro. Ela é reprovada nos exames, mas acontece que seu pai, que deixou ela e sua mãe há tempos, mora na capital.
A jovem não se dá bem com a nova família dele, portanto, ele aluga um apartamento para a filha. É então que começam as aventuras dessa jovem ingênua e provinciana na cidade grande. E com direito a romance.
O filme é parcialmente autobiográfico, com Lioznova refletindo sobre as dificuldades de sua vida. A protagonista foi interpretada por Irina Muraviova, que já havia trabalhado com o diretor em ‘We, the Undersigned’ e que também se tornou queridinha do público após seu papel anterior no vencedor do Oscar ‘Moscou não acredita em lágrimas’ (1980).
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