Kika com chifres
Esse pesado enfeite de cabeça foi mencionado pela primeira vez em um documento do século 14 e remonta ao paganismo. Os chifres simbolizavam a fertilidade, portanto, as mulheres só podiam usá-lo após o nascimento do primeiro filho. Ele era predominantemente usado por mulheres nas cidades de Tula, Riazan, Kaluga, Oriol e outras províncias do sul.
Como o kika não era apenas alto (20 a 30 centímetros, em média), mas também pesado, as mulheres tinham que levantar a cabeça para mantê-lo estável. Foi assim que surgiu a palavra russa "kitchitsia": comportar-se de forma arrogante e andar com o nariz empinado.
Kika em forma de casco
Esse "kika" é o sucessor espiritual de seu antecessor com chifres; era usado por todas as mulheres casadas nos feriados.
Também é considerado um adereço muito antigo (a primeira menção de um "kika" em forma de casco data de 1328); no entanto, ele surgiu após a cristianização da Rússia, portanto, tem pouca relação com crenças pagãs.
Além dos "cascos", as mulheres também usavam "kikas" em forma de panelas, pás e almofadas. Normalmente, todos eles eram costurados com tecido ricamente decorado com ouro, todas as partes da testa em forma de casco eram presas com fitas, amarradas em um enfeite para usar no dia a dia.
"Soroka” de Tula
Muitos historiadores ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre o que deve ser considerado um "soroka" e o que deve ser considerado um "kika", já que suas diferentes variedades às vezes parecem praticamente idênticas.
No entanto, você definitivamente não confundirá um "soroka" de Tula com qualquer outra coisa: esse enfeite parece literalmente um pássaro. Ele tinha uma parte da frente, "asas", e uma parte de trás que era chamada de cauda.
Sob a palavra "cauda", eles entendiam fitas coloridas, costuradas como a cauda de um pavão; fitas coloridas, por sua vez, eram costuradas em ambos os lados para criar a ilusão de asas. As mulheres o usavam durante os primeiros dois ou três anos após o casamento, em todos os feriados.
"Chichak” de Pskov
Se os enfeites anteriores eram usados predominantemente no sul, este era popular no norte da Rússia. Esse kokôchnik clássico de Pskov parecia um pouco diferente de suas versões mais comuns, devido a seus "botões".
Se acreditava que quanto mais botões houvesse, melhor, pois eles simbolizavam a fertilidade. Havia até um ditado: "tantas crianças quantos forem os botões".
Um "chichak" de Pskov era parte do vestido de noiva; muitas vezes os "botões" eram bordados com pérolas naturais, enquanto um lenço de cabeça bordado com ouro era usado sobre o "chichak".
"Kablutchok” de Tver
Essa variedade de kokôchnik, sem dúvida uma das mais incomuns, era muito popular na província de Tver, o que faz com que seu nome seja fortemente associado a essa região.
O "kablutchok" em forma de cilindro estava muito na moda no final do século 18 e início do século 19, e era usado apenas nos feriados - para isso, era fabricado com os materiais mais caros, como seda ou veludo, e bordado com pedras preciosas e ouro. Normalmente, um "podniz" de pérolas também era preso a ele - uma rede que cobria a testa, pois a parte principal do enfeite cobria apenas o topo da cabeça.
LEIA TAMBÉM: Que flores são estampadas nos tradicionais xales russos?
O Russia Beyond está também no Telegram! Para conferir todas as novidades, siga-nos em https://t.me/russiabeyond_br