10 populares mestres do artesanato na Rússia (FOTOS)

Cultura
ALEKSANDRA GÚZEVA
Durante muito tempo, o tricô e o bordado foram considerados a atividade preferida de vovozinhas aposentadas. Mas, hoje, são uma ocupação da moda para os jovens e também um negócio lucrativo.

Todo mundo na Rússia provavelmente tem um par de meias quentes tricotadas com carinho pela avó. E alguns também têm moletons, cachecóis, chapéus ou luvas.

Hoje, porém, o mundo do artesanato, como a tricotagem e o bordado, mudou drasticamente: essas atividades não são só um hobby, mas uma verdadeira forma de arte (e de comércio). Além disso, muitos homens também aderiram à prática.

Svetlana Panina e Ksenia Gromova – bordado em ponto cetim

Broches e colarinhos com imagens de animais ou flores, enfeites para árvores de Natal e brincos... Svetlana e Ksenia bordam todas essas peças e já ensinaram mais de 5.000 outras mulheres como fazer ponto cheio.

Svetlana borda em ponto cruz desde criança. Quando menina, na época soviética, ela saiu de férias com os pais para os Montes Cárpatos (Ucrânia Ocidental) e ficou fascinada ao ver uma senhorinha húngara bordando uma toalha tradicional. Foi ela quem ensinou bordado a Svetlana. Desde então, o bordado se tornou praticamente uma terapia em sua vida.

Em algum momento ela percebeu que estava pronta para o ponto cheio, que lhe rendeu um verdadeiro salto de criatividade e fantasia. Ela começou a bordar animais domésticos e selvagens sob encomenda — muitas vezes, coelhinhos.

“A certa altura, eu cansei de copiar os mesmos bordados e pensei: todo mundo devia aprender a bordar sozinho”, diz Svetlana. Assim nasceu a ideia das aulas e da escola de bordado "Tvori" ("Crie").

Em 2019, Svetlana uniu forças com a retratista Ksenia Gromova, que borda não só animais, mas também retratos de pessoas famosas em ponto cheio.

Agora, as duas produzem juntas, além de ministrar cursos de bordado e escrever livros. Elas são requisitadas até mesmo pela Guerlain: durante a pandemia, bordaram flores em máscaras faciais da empresa, além de broches com lírios do vale para uma fragrância de edição limitada.

As bordadeiras publicaram recentemente o livro Escola de Bordados para Fãs de Harry Potter (Eksmo, 2023), com 28 ideias de bordados em ponto cheio do universo Harry Potter.

Andrêi Kurotchkin – tricô

Andrêi tem um talento especial para quebrar estereótipos, provando que os homens também sabem fazer tricô. Este “designer de tricô”, como ele se autodenomina, tem mais de um milhão de seguidores nas redes sociais.

Hoje, este ex-especialista em software escreve livros sobre tricô e ensina bordado na internet. Ele aprendeu tricô com sua esposa, Tânia, que também é blogueira e costureira.

Andrêi tricota lenços e cardigans bastante masculinos — para ser mais preciso, cardigans realmente grossos. O produto mais famoso de Kurotchkin é o "suéter do irmão" no estilo de Danila Bagrov, do filme cult “Brat” (Irmão).

A capa de seu novo livro sobre tricô, “O Lendário Suéter do Irmão” (Bombora, 2023), traz o slogan “A força está no fio” – que é uma brincadeira com a frase “A força está na verdade”, usada pelo protagonista do filme Danila.

Natela Astakhova – artista de malhas

Natela é uma verdadeira virtuosa do tricô e, ainda por cima, esse talento vem de família. Sua avó, natural de Orenburg, tricotava os xales pelos quais a região é famosa.

Natela se dedica a atividades criativas e à pintura desde muito jovem e tem licenciatura em Artes. Agora, ela tricota luxuosos cardigans, caftãs, chapéus, luvas e outros artigos quentes e aconchegantes.

Seus produtos não são baratos - o preço de alguns suéteres dela pode chegar a milhares de reais. Natela abandonou recentemente seu trabalho principal e passou a se dedicar ao integralmente ao tricô.

Como especialista, ela acredita que a atividade criativa pode deixar as pessoas felizes e ajudá-las a enfrentar os momentos mais difíceis.

Aliás, o marido de Natela, Kirill Astakhov, também está na onda do tricô, e seus designs de cogumelos venenosos já tomaram conta das redes sociais.

Polina Maiorova – tecelagem com cordão de papel

Antes de abrir sua escola de tecelagem de cordões de papel, Polina trabalhou na polícia. Ela começou a tecer cordões de papel durante a licença maternidade, em 2015: ao encontrar um maço de jornais velhos em um galpão, ela achou uma pena jogá-los fora.

O Google veio em socorro e, antes que percebesse, Polina estava dando os primeiros passos: cestos, bolsas e depois baús inteiros, cômodas, mesas, uma grande variedade de objetos de decoração para a casa e outros acessórios começaram a surgir magicamente de jornais deixados de lado.

Hoje, Polina tem mais de 150 mil seguidores e já lecionou a mais de mil entusiastas do artesanato, ajudando muitos a transformar seu hobby em negócio. Polina conseguiu até mesmo converter o marido, também ex-policial, ao artesanato, e agora ele tece seus próprios baús e móveis.

Elena Skripina – guardanapos de crochê

Elena Skripina tem mais de 10.000 seguidores nas redes sociais, onde conduz videoaulas de crochê rendilhado. Seus guardanapos de grife com padrões em relevo conquistaram o mundo dos entusiastas do bordado, e ela chegou até mesmo a escrever um manual didático sobre como fazê-los, repleto de instruções e diagramas.

Além disso, Elena escreveu um guia completo para decorar itens de bordado com crochê. Intitulado “Barra ideal”, o guia não apenas oferece conselhos, mas também ajuda a calcular com precisão a fórmula matemática para aperfeiçoar um artigo.

Iúlia Gendina – crochê moderno para decoração de interiores

Iúlia é autora do livro “Casa bordada”, assim como de vários outros livros best-sellers sobre bordado. Ela já percorreu sua casa toda com sua agulha de crochê, transformando cada projeto em uma divertida peça de decoração de interiores. Almofadas, mantas, tapetes... ela usa sua agulha para criar uma geometria aconchegante e genuína poesia a partir de trabalhos em mosaico de crochê.

Iúlia ensina bordado e até mesmo grava videoaulas de bordado com crianças. Como é mãe, ela entende como a importância de envolver as crianças em um hobby. Iúlia também criou um clube de entusiastas que fazem crochê juntos e comparam experiências.

Marina Gorchtein – delicados xales

Marina Gorchtein é uma designer experiente que trabalhou habilmente tanto com agulhas de tricô quanto de crochê. Há seis anos, ela se impôs um desafio: fazer xales, mas apresentá-los com um toque moderno para que deixem de ser vistos como "roupas de vovó" e se tornem um acessório de moda das passarelas.

A própria natureza a inspira a fazer seus xales bordados em estilo rendado - as florestas da Sibéria, o rio Katun em Altai e a seda das gramíneas dos prados. Mais de 3.000 mulheres já aprenderam a fazer xales triangulares, semicirculares e outros com Marina. Além disso, ela reuniu seus melhores trabalhos em um guia didático, “A arte de tricotar um xale”.

Anna Klimova – patchwork

Muitas gerações de artesãos na Rússia usavam sobras de tecido para fazer colchas de retalhos. Milhares de pequenas peças são reunidas para formar uma única composição.

O “patchwork” se tornou uma ocupação muito popular e uma verdadeira forma de arte. Anna Klimova ensina essa técnica há 10 anos, dando continuidade a uma tradição familiar.

“Hoje, os artesãos não usam restos de tecido - existem tecidos especiais para patchwork”, diz Anna. "Uma composição de patchwork pode ser uma verdadeira obra-prima que será transmitida à família como uma herança."

Oksana Aksenova – tricô com barbante

Lindos cestos, bolsas, mochilas, almofadas, pufes e tapetes podem ser tricotados com… barbante! E de uma forma extremamente elegante! “Essas peças podem dar a qualquer ambiente uma sensação aconchegante”, diz Oksana.

Ela é fã de macramê, crochê e tricô desde pequena e agora encontrou sua nova paixão no tricô com barbante.

  1. Natacha Tischenko – amigurumi

A crocheteira russa Natacha Tischenko é conhecida muito além das fronteiras. Ela tem mais de 100 mil seguidores nas redes sociais (sob o nickname “natura_crochet”), e seu livro, “Aquatic Amigurumi”, que contém um guia para aprender a fazer criaturas subaquáticas coloridas no estilo do amigurumi japonês, foi publicado em 2022 na Europa, onde virou best-seller.

Natacha começou a fazer crochê para os dois filhos. Arquiteta de profissão, ela é simplesmente apaixonada pela culinária, música e cinema japonês e coreano, além da arte japonesa do amigurumi.

Seu livro “O Alce Vova e outras criaturas brilhantes” foi publicado recentemente em russo. Natacha mostra aos leitores como fazer brinquedos “terrestres” encantadores: o alce Vova, o ganso Gusia, o gato Tigre e outros.

 

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